O Brasil é um dos maiores exportadores de commodities do planeta. Projeções para 2050 indicam que os EUA e Brasil serão países agrícolas que irão alimentar a população do planeta. Ocorre que o Brasil, diante da gravíssima escassez de fosfato, corre o risco de desastre financeiro e econômico pelo simples fato de ser dependente das importações de fosfato do Marrocos, dos Estados Unidos e da Rússia. Nas relações internacionais o agronegócio mundial continuará sujeito às jazidas de fosfato concentrado em países do Norte da África liderado pelo Marrocos, maior exportador com 42% das reservas mundiais, incluindo o Saara Ocidental, a China, com 26% e os EUA, 8%, que por utilizarem fertilizantes agrícolas em larga escala, exportam bem menos.
O pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP), Eurípedes Malavolta, adverte que o fósforo é um mineral "finito e insubstituível", cujas reservas conhecidas e de exploração economicamente viável podem se esgotar num prazo de sessenta a cem anos, se for mantido o ritmo atual de crescimento do consumo mundial. "Sem fósforo não haverá agricultura, nem biocombustível, nem vida. A humanidade acabará", enfatizou Malavolta. O professor de Microbiologia do Solo na Universidade Federal de Lavras, José Oswaldo Siqueira, corrobora ao afirmar que "o fosfato corre o risco de esgotar-se antes do petróleo".
A solução é reativar com a mais devida urgência a mina de Itataia, localizada no município de Santa Quitéria no sertão do Ceará, onde há reservas lavráveis de fosfato (P2OS) na ordem de 8,882 milhões de toneladas com 11% de teor, o maior do País, representando 0,4% das reservas mundiais. Volume ideal para tornar o Brasil "autossuficiente" na produção de fertilizantes agrícolas em escala capaz de projetá-lo com autonomia entre líderes do agronegócio mundial a partir de 2050. Do contrário, se não tiver fosfato para produzir fertilizantes, deixará de exportar commodities e sucumbirá em catastrófico desastre financeiro e econômico.