No último domingo, Ciro Gomes fez um vídeo em homenagem a Getúlio Vargas. Ciro afirma que "Vargas é a mais exuberante personalidade política do Brasil". Diz ainda que é "incontestável, o maior presidente da história do Brasil", defendendo ainda a "insurgência revolucionária de 30".
O Senhor do Atraso vai na mesma linha do ex-presidente Lula, que elogiou Fidel Castro, e de Jair Bolsonaro, que elogiou Carlos Alberto Ustra. Ciro Gomes esquece de afirmar que Vargas foi um ditador sanguinário durante 15 anos, de 1930 a 1945. É importante entender a história desse senhor para perceber o absurdo desse elogio.
Getúlio Vargas nasceu no Rio Grande do Sul, tendo participado da política local e assumido protagonismo no fim da política do Café com Leite, em que São Paulo e Minas Gerais se revezavam no poder durante a República Velha. Getúlio veio no trem, em 1930, para a então capital, o Rio de Janeiro.
Getúlio assume então sua função como presidente revolucionário, prometendo uma constituição que substituísse a Constituição de 1891, que havia substituído a Constituição de 1824, a constituição mais longeva do Brasil. A Assembleia Constituinte não é convocada, e o estado de São Paulo inicia em 1932 a Revolução Constitucionalista, onde milhares de brasileiros são mortos.
Dois anos após o fim dessa guerra civil, é aprovada por Vargas a Constituição Federal de 1934, que traz dois pontos: a criação da Justiça do Trabalho (Art. 122) e estimular a política eugênica (Art. 138, b). Sim, é isso mesmo, meu caro leitor, política eugênica! Que pregava uma superioridade racial.
Como se não bastasse ter a política eugênica na Constituição de 1934, foi criada, três anos depois, a Constituição Polaca, Constituição de 1937, inspirada na ditadura que comandava a Polônia na época. Essa Carta Magna retirou uma série de garantias, foi extremamente contrária aos estrangeiros e aumentou o poder de Vargas, tornando-o, efetivamente, um ditador.
Além de tudo isso, durante a Gestão de Vargas, presos políticos, como Olga Benário, foram torturados e mortos. Ciro Gomes já disse que considera a Venezuela uma democracia, talvez, por isso, o Senhor do Atraso defenda um dos maiores assassinos que o Brasil já teve. Lastimável!