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Editorial: Sarampo à vista: não há tempo a perder
Opinião

Editorial: Sarampo à vista: não há tempo a perder

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Tipo Notícia

O sarampo voltou a assombrar o Brasil. O País, segundo o Ministério da Saúde, vinha de um histórico de não registro de casos autóctones (adquiridos dentro do País) desde o ano 2000 (certo, entre 2013 e 2015, ocorreram dois surtos, um no Ceará e outro em Pernambuco, mas foram a partir de casos importados). De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), de 23 de agosto, 98 casos foram notificados. Desses, 88 foram descartados, e nove continuam sob investigação.

Como algumas pessoas sabem, o sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, altamente contagiosa e que pode ser contraída no contato pessoal, por meio das secreções expelidas pelo doente ao tossir, espirrar, respirar e falar. Febre alta, acima de 38,5°, com duração de quatro a sete dias, é o primeiro sintoma, acompanhado de manchas avermelhadas na pele (exantema maculopapular) - começando no rosto e atrás das orelhas, e espalhando-se, depois, pelo corpo, tão logo tenham se passado de 10 e 12 dias após o contato com o vírus. Nesse momento pode-se ter tosse persistente, irritação ocular, coriza e congestão nasal. Dentro das bochechas podem aparecer pequenas manchas brancas. Comumente, tudo vem acompanhado de infecções respiratórias (broncopneumonia e pneumonia, por exemplo), otites, diarreia grave e doenças neurológicas e até encefalite (inflamação do cérebro).

Crianças de até dois anos são suas principais vítimas, sobretudo se estão desnutridas. Mas, também, adultos jovens e indivíduos com imunodepressão ou em condições de vulnerabilidade. E há riscos de sequelas, tais como diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento. Não se descarta o óbito, se houver o agravamento do mal, e não existe tratamento específico para debelá-lo.

Nos casos rotineiros, basta manter boa hidratação, suporte nutricional e diminuir a hipertermia. Se surgem diarreia, pneumonia e otite média, o uso de antibióticos é impositivo. Contudo, a vacina continua sendo a medida de prevenção mais eficaz contra o sarampo: a ser requerida tanto por quem nunca se vacinou, como por quem não tem certeza de que foi vacinado. É preciso verificar o Calendário Nacional de Vacinação. Pessoas de 10 a 29 anos que não tomaram a vacina quando crianças precisam receber duas doses da tríplice viral. Se estiver na faixa etária de 30 a 49 anos, a dose é única.

É certo que pessoas de todas as faixas etárias precisam ter as duas doses da vacina, porém, os jovens desta faixa etária nasceram em uma época em que a segunda dose não fazia parte do Calendário Nacional de Vacinação, assim, muitos não a tomaram e, por isso, não estão totalmente protegidos. Ou seja, ninguém deve subestimar o alerta amarelo. Sobretudo as autoridades encarregadas da defesa sanitária. 

 

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