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Gregorio Gutiérrez: Cachaça: símbolo do Brasil
Opinião

Gregorio Gutiérrez: Cachaça: símbolo do Brasil

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Gregorio Gutiérrez
Presidente da Diageo na região PUB (Paraguai, Uruguai e Brasil)
 (Foto: Mark Tomaras)
Foto: Mark Tomaras Gregorio Gutiérrez Presidente da Diageo na região PUB (Paraguai, Uruguai e Brasil)

Relevância histórica, cultural e econômica compõem a representatividade da bebida celebrada no Dia Nacional da Cachaça, 13 de setembro. Criado no Brasil há cerca de 500 anos, o líquido destilado produzido a partir da cana-de-açúcar tem forte vínculo com a história do País. Desde então, evoluiu enquanto produto e vem conquistando mais e mais apreciadores de forma cada vez mais responsável. Em solo brasileiro lidera e representa 70% do mercado de destilados, sendo a segunda bebida alcoólica mais consumida no País.

O mercado da cachaça possui capacidade instalada de produção de 1,2 bilhões de litros, reúne cerca de quatro mil marcas e gera mais de 600 mil empregos diretos e indiretos. O impacto socioeconômico positivo soma-se à origem nacional, fazendo com que figure no imaginário como orgulho brasileiro. Sentimento acentuado no Ceará, terra da cachaça Ypióca, fabricada há mais de 170 anos.

Pensando em fortalecer esse importante mercado e valorizar a bebida tipicamente brasileira, o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac) lançou o Manifesto da Cachaça, que lista as iniciativas necessárias para o desenvolvimento do setor, como a promoção e proteção internacional do destilado como produto exclusivo e genuinamente brasileiro; a necessidade da reavaliação da carga tributária; e o combate à clandestinidade e à informalidade.

Com o reconhecimento internacional da bebida, será possível promover e proteger o destilado, visando aumentar seu potencial de exportação. A ideia é que a cachaça siga o exemplo da tequila, que já está consolidada globalmente e vende mais de 70% de seu volume de produção para mais de 100 países, o que gerou ao México uma receita superior a 1 bilhão de dólares em 2018. Para efeito de comparação, no mesmo ano, apenas 1% da produção da cachaça seguiu para outros países e gerou uma receita de 15,6 milhões de dólares. O destilado mexicano é protegido em mais de 40 países, enquanto apenas Estados Unidos, México, Chile e Colômbia reconhecem a cachaça como destilado genuinamente brasileiro.

Ainda há muito o que ser feito, mas acredito que com o desenvolvimento e implementação destas ações daremos passos essenciais no caminho da valorização e do reconhecimento da cachaça como um patrimônio brasileiro. Valorizar a cachaça é investir no Brasil. 

 

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