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Zilma Cavalcante: Ei, você está envelhecendo!
Opinião

Zilma Cavalcante: Ei, você está envelhecendo!

Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Zilma Cavalcante
Psicóloga, escritora e fundadora da Universidade Sem Fronteiras
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Zilma Cavalcante Psicóloga, escritora e fundadora da Universidade Sem Fronteiras

Viver é bom, e todo mundo gosta. Mas, de preferência, sendo jovem. "Ser longevo" pode até estar nos planos das pessoas, mas "ficar velho" não. A questão é que conquistamos o fenômeno da longevidade, isto quer dizer que depois dos 70 anos, temos mais trinta anos de vida. Trinta anos é muito tempo! Preciso me preparar e me reinventar para este novo e o mais longo ciclo de vida.

Já alcancei a longevidade. Com 76 anos, estou caminhando para chegar à quarta velhice. E posso dizer que tive a grata oportunidade de me preparar muito bem para viver esta fase. Quando cheguei à terceira idade, me formei em um novo curso, Psicologia. Não parei por aí, e recentemente concluí uma pós-graduação em Escrita Literária. Meu plano é ter uma nova profissão aos 80, dedicando-me exclusivamente a escrever romances.

Mas, e você, leitor? O que tem planejado para esta fase da sua vida, que tem tudo para ser a mais longa de todas? A infância, a adolescência e até mesmo a idade madura passam rápido. Mas a velhice pode durar longos 40 anos, então é imprescindível se preparar para iniciar novos ciclos, realizar sonhos, colocar em prática projetos antigos. E esta preparação deve ser feita antes de a velhice chegar, para que você não seja pego "de surpresa", mas seja achado com planos, objetivos a realizar, e que darão um maior sentido a este longo período de vida que inicia na velhice e vai até à longevidade.

No início de outubro, comemorou-se o Dia do Idoso, em referência ao dia da aprovação do Estatuto do Idoso. Mais do que celebrar os direitos que esta população conquistou, é tempo de refletir sobre o País que teremos em breve, e sobre quem cada um de nós será daqui a bem pouco tempo.

Quando eu fundei a Universidade Sem Fronteiras, uma instituição que pensa o envelhecimento e prepara as pessoas para este tempo, eu tinha apenas 37 anos de idade. Mas já me incomodava com o fato de que o idoso era um ser excluso socialmente. Se estamos caminhando para ser maioria, esta realidade precisa mudar. Estará em nossas mãos fazer a diferença num País de velhos. E que seja um País de idosos ativos! Que realizam sonhos e concretizam projetos de vida. 

 

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