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Capitão Wagner: Refundação do turismo em Fortaleza
Opinião

Capitão Wagner: Refundação do turismo em Fortaleza

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Tipo Notícia Por
Capitão Wagner
Deputado federal (Pros)
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Capitão Wagner Deputado federal (Pros)

Fortaleza é uma cidade turística, não apenas pela sua vocação natural ou por nossos verdes mares, mas pela consolidação de uma atividade que se desenvolveu como principal geradora de emprego e renda para a população. É o nosso maior bem econômico, mas que vem sendo tratado de forma notadamente displicente durante a última década. Por ausência de gestão profissional, do necessário diálogo com o mercado e da ineficiência na aplicação dos recursos públicos, o turismo vem decaindo em qualidade e em capacidade.

Enquanto nossa orla padece com esgoto a céu aberto, praias impróprias para o banho, violência, sujeira e obras feitas à revelia de um planejamento sensato, a Prefeitura e Governo do Estado abrem mão de dezenas de milhões de reais em tributos para "bancarem" uma aventura que foi batizada de hub aéreo. Até hoje, o trade turístico está a esperar pelos gringos, que praticamente sumiram da cidade. Não fosse o turismo nacional, Fortaleza estaria em situação bem pior. O acordo milionário, de camaradas, pago com recursos públicos, fez muito barulho para poucos resultados. Só esqueceram de explicar, em suas peças publicitárias, que essas empresas estão pousando em Fortaleza com turistas que, em maior parte, apenas fazem conexões, sem sequer saírem do aeroporto. Um excelente negócio para as duas gigantes da aviação internacional. E para nós, restou o ouro dos tolos.

Precisamos refundar as bases da atividade turística em Fortaleza, reabrindo um diálogo com o setor produtivo atraindo novos investimentos privados, como a construção de novos hotéis, novos restaurantes, novos parques e atrações. Temos que requalificar os espaços públicos, o nosso patrimônio histórico. Organizar a cidade para proporcionar novas e boas experiências para os visitantes, recolocando-nos na rota das operadoras internacionais, que são as maiores responsáveis pelo fluxo mundial de pessoas. Ao mesmo tempo, devemos evitar que os recursos públicos sejam desperdiçados em obras e decisões equivocadas, como os fiascos na construção do tal aquário, no abandono da avenida Monsenhor Tabosa e da Ponte dos Ingleses.

Mas o desafio maior será, sempre, o de construir uma cidade justa e que inclua toda a nossa gente. E isto passa, necessariamente, pelo fortalecimento do turismo. 

 

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