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Rodrigo Saraiva Marinho: O condenado livre. E aí?
Opinião

Rodrigo Saraiva Marinho: O condenado livre. E aí?

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Rodrigo Marinho (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Rodrigo Marinho

Na semana passada, o STF resolveu alterar o seu posicionamento que estava em vigor desde 2016 que permitia a prisão em segunda instância e abriu as portas do inferno, permitindo que corruptos, lavadores de dinheiro, assassinos, estupradores etc. saíssem das prisões de todo País, já que agora para alguém ficar preso, salvo em prisão preventiva, é necessário que haja julgamento em quatro instâncias, o que dificultará muito a prisão de bandidos. Apesar da decisão absurda e das gigantescas manifestações que tomaram as ruas no último sábado, não é isso que quero tratar, quero falar da esquerda e das consequências da soltura do Lula para o País.

O condenado pela justiça em três instâncias é um líder popular, com grande carisma e alguém que aglutina a esquerda em torno do seu nome. Isso parece bom, mas tem efeitos nefastos para esse espectro político por pelo menos três motivos: (i) é condenado por crime de lavagem de dinheiro e corrupção, esse é somente um dos processos, virão, pelo menos, mais sete; (ii) o condenado estando fora da prisão impede a aparição de novos líderes que poderiam estar à frente da esquerda; (iii) é um inimigo externo de quem combate a corrupção, agregando contra ele liberais, libertários, conservadores etc. Vamos ponto a ponto.

Quanto a ser um condenado, essa foi somente a primeira condenação, e que já resultou na sua prisão, virão outros processos que minarão ainda mais o aspecto religioso do líder de seita que hoje ele tem para esquerda. Obviamente, para os cegos não fará diferença, mas, mesmo para grande parte da esquerda, ficará claro que o seu líder não passa do corrupto que é, além de ter tido benefício próprio e não para o partido/seita.

O condenado ocupa a vaga de eventual novo líder, ficando restrito a postes como Dilma/Haddad, gente sem luz e sem pensamento próprio, sendo meros fantoches do líder da seita, o que dificulta a renovação para a esquerda e a apresentação de líderes. Ah, Ciro está longe de ser esse substituto, ele não tem o apelido de Sardinha na Odebrecht à toa.

Por fim, quanto ao último ponto, inimigo externo, o condenado realinha todos aqueles que são contra a corrupção e que querem um País com mais justiça, dando força de combate para irem com ainda mais força para as eleições de 2020.

 

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