O termo pode soar como novidade, mas o conceito é velho conhecido: cidadania organizacional tem a ver com o comportamento das equipes e seu grau de comprometimento com as instituições da qual fazem parte. É o famoso vestir a camisa. Um ganho para a própria organização, pelo engajamento que rende benefícios concretos ao ambiente, e também para o mundo, quando a engrenagem ganha esse impulso genuíno.
E o que realmente inspira as pessoas a sair do limite cômodo das atribuições para ir além do que se espera delas? Muito se atribui ao espírito de altruísmo e também ao nível de profissionalismo, características individuais. A cultura local influencia. Mas as próprias organizações tem papel fundamental na criação de um ambiente que estimule essa postura.
Alguns fatores são mais fáceis de identificar e promover, como o reconhecimento da importância das entregas do profissional, outros, como a solidariedade entre os colegas, desafiam as instituições.
Em outubro, mês do Dia do Servidor, a Prefeitura de Fortaleza apostou em uma gincana do bem, com foco no voluntariado, para mexer nessas estruturas. Deu muito certo.
Foram 20 dias e dez desafios que iam da arrecadação de alimentos (mais de sete toneladas), a intervenções em praças (25 espaços foram cuidados e/ou ocupados) e eliminação de pontos de lixo (26 no total). Trinta e cinco equipes se inscreveram, totalizando 747 servidores diretamente envolvidos e mais de mil voluntários.
Para além dos resultados concretos, as pessoas se sentiram gratificadas pela oportunidade de contribuir com a melhoria efetiva da Cidade, de poder ajudar alguém e sentir-se parte da comunidade, corresponsável por tudo.
O voluntariado ainda tem um longo caminho para fazer parte da vida das pessoas e pode ser um canal valioso de incentivo à cidadania organizacional, se estimulado pelas instituições. Compreender que as organizações são grandes espaços de interação humana nos ajuda a reconhecer que os resultados almejados dependem do protagonismo de cada pessoa. É preciso inspirá-las.