Sob o olhar dos semáforos
Tinha cadáveres vivos
Restavam neles apenas os corpos
Pois o olhar virou opaco e vazio.
Sob o olhar noturno
Andavam atrás de oferendas
Perdendo a vida em pouca vergonha
Em vergonha ficam de oferenda.
Sob a lama de lástimas
Fica mais difícil para recomeçar
Afundando cada vez mais em lágrimas
Por não ter quem ajudar...
E eis aqui sua vida,
A dos sobreviventes noturnos
Que lutam contra si mesmos
E a nós serão pra sempre insólitos...