A Nasa acaba de descobrir o TOI 700 d, um planeta 20% maior que a Terra, que orbita uma estrela próxima ao sistema solar em uma zona habitável. Isso significa que pode haver água e, portanto, vida em TOI 700 d. O planeta está a apenas 100 anos-luz da Terra, o que significa que, se conseguíssemos viajar à velocidade da luz e partíssemos hoje em uma missão para explorá-lo, chegaríamos lá daqui a cem anos, em 2120. Bem pertinho. Se a Via Láctea fosse do tamanho do Brasil, e a Terra fosse a sua casa, o TOI 700 d estaria a uma distância de aproximadamente 4 km. Daria pra ir a pé! O objeto mais rápido feito pelo homem, contudo, só conseguiu alcançar 0,02% da velocidade da luz, o que significa que ele demoraria cerca de 500 mil anos para chegar em TOI 700 d.

A Via Láctea, nossa galáxia, é mesmo imensa. Ela tem cerca de 250 bilhões de estrelas e uma extensão de 100 mil anos-luz. O Universo é imenso: há cerca de 2 trilhões de galáxias, a Via Láctea é apenas uma delas; o Sol é apenas uma das centenas de bilhões de estrelas do Universo. Podemos concluir que deve haver milhões ou centenas de milhões de planetas parecidos com a Terra e com o TOI 700 d na Via Láctea, mas até agora só descobrimos alguns, menos de uma dezena.

Tudo isso parece ficção científica; é meio louco, né? Eu mal consigo imaginar esses números. Eles me dão vertigem. O espírito humano é indômito. Somos curiosos, inquietos, mas também ególatras, não conseguimos enxergar como somos um pontinho de nada no Universo, como nossa vida é curta ou como dependemos visceralmente do meio ambiente. A intolerância religiosa, a discriminação de gênero, de cor ou de orientação sexual nos divide. Brigamos por pouco, morremos por nada. Em 2018, havia aproximadamente 52 conflitos armados em 33 países. Segundo a ONU, em 2017, 821 milhões de pessoas foram vítimas da fome. A cada ano, cerca de 400 mil pessoas são vítimas de mortes violentas. Enquanto isso e apesar disso, olhamos as estrelas. Elas nos dizem que somos muito pequenos, minúsculos, mas parecemos não acreditar.