Imagine um cenário de mercado onde uma Empresa X (nada a ver com o Eike Batista) contrata profissionais que foram treinados por outra Empresa Y. Deixando de lado (just a minute) questões éticas, provavelmente a empresa Y faria algum esforço para mantê-los, de modo a não "alimentar o inimigo" (artigo no O POVO, 23/06/17).
Esse "óbvio ululante" (by Nelson Rodrigues) parece não preocupar países socialmente em "desenvolvimento" (SIC) como o Brasil, que tem a oitava economia mundial baseada em commodities. Ah! Repúblicas de bananas não têm uma endogenia próspera, embalada que são por políticos que frustram mais do que o impeachment do Donald Trump.
Sem arrodear pelas beiradas, é incompreensível não percebermos e/ou nada dizermos sobre a fuga de cérebro que acontece debaixo do nosso nariz. Na perda recente, por exemplo, de um pesquisador top do IFCE Aracati para o Google em Munique (Alemanha), nem a Instituição, nem os empresários locais, nem os governantes fizeram a simples pergunta: "meu fi, num quer ficar aqui, não? Tá indo simbora por quê?".
No passado, eu ouvia: "Se avexe não, professor Mauro! Esse cabra vai, mas volta. Duvido ele esquecer o doce de leite da vó Chiquinha, as tertúlias no Maguari, pegar jacaré na Praia do Náutico...". Pois é! Muitos formados com bolsas do CNPq/Capes não voltaram. Ou seja, Empresas X (os de fora) se deram bem num negócio onde as Empresas Y (os de casa) nem perceberam... mas financiaram com seus impostos!
Mas de repente percebi que a coisa piorou. Além de muitos não terem voltado e outros continuarem indo, tem mais uma novidade. Profissionais, mestres e doutores, formados pela Empresa Y, para melhorá-la e torná-la mais competitiva, estão fortalecendo a concorrente Empresa X, de uma forma diferente: eles não vão voltar pra casa da vovó, nem pras tertúlias, nem pra praia... porque nem foram! Não precisam mais sair de casa! São contratados para trabalhar num tal de "romiofis" (home office). Ou melhor, saíram... mas não foram. Digo, não voltam porque nem saíram... Sei lá!
Só sei que o contribuinte aqui fez as contas e não gostou. A fuga de cérebros não parou! Ficou mais sofisticada. Afinal, os grandões digitais não perdoam: pagam!