Se pedirem para enumerar os assuntos da semana, é provável que muitos brasileiros cheguem a uma lista convergente, com ênfase em tópicos que envolvem o debate político. Há quem divirja quanto à flagrante quebra de decoro do presidente da República, ao agredir com palavras de conotação sexual a jornalista Patrícia Campos de Mello do jornal Folha de S.Paulo, mas o tema repercutiu entre os mais variados círculos chegando ao ápice ao vincular-se o nome de Jair Bolsonaro ao termo impeachment.
A relação conturbada entre o Planalto e o Congresso certamente garantiu lugar de destaque nesse rol, com o nada sonoro "foda-se" pronunciado pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, ao tornar público seu, digamos, descontentamento com parlamentares. Vazada durante uma cerimônia corriqueira, a fala deixa ainda pior o que já era ruim.
Além disso, talvez entrem nesse inventário de esquisitices a concessão de florestas da Amazônia à iniciativa privada autorizada pelo presidente e o cancelamento da atriz Alessandra Negrini, por usar fantasia de indígena no pré-carnaval de São Paulo. Mas partiu do Ceará a notícia mais comentada. Baleado ao avançar com uma retroescavadeira contra policiais amotinados em um batalhão de polícia, o senador licenciado Cid Gomes aqueceu a polarização inevitável e, claro, virou meme.
Virou meme e fantasia, pois é Carnaval. Como disse o jornalista Marcos Sampaio, este, sim, deveria ser o assunto da semana, não somente para os amantes de Momo, mas também para os que fogem do glitter e do mela mela. Outro jornalista, o João Paulo Charleaux, lembrou em uma rede social como era a festa de Carnaval na Europa medieval, uma farra de excessos e inversão de papéis em que algum representante do que havia de mais bizarro assumia ares de líder e regia seus seguidores afoitos na desordem e no caos.
Seja qual for o seu lado nesses dias de desentendimentos e falta de diálogo, torço para que haja paz e alegria reais. E lembre-se: o ano começa daqui a pouco, não é não!, se for beber
não dirija.
Maísa Vasconcelos: O assunto da semana
Se pedirem para enumerar os assuntos da semana, é provável que muitos brasileiros cheguem a uma lista convergente, com ênfase em tópicos que envolvem o debate político. Há quem divirja quanto à flagrante quebra de decoro do presidente da República, ao agredir com palavras de conotação sexual a jornalista Patrícia Campos de Mello do jornal Folha de S.Paulo, mas o tema repercutiu entre os mais variados círculos chegando ao ápice ao vincular-se o nome de Jair Bolsonaro ao termo impeachment.
A relação conturbada entre o Planalto e o Congresso certamente garantiu lugar de destaque nesse rol, com o nada sonoro "foda-se" pronunciado pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, ao tornar público seu, digamos, descontentamento com parlamentares. Vazada durante uma cerimônia corriqueira, a fala deixa ainda pior o que já era ruim.
Além disso, talvez entrem nesse inventário de esquisitices a concessão de florestas da Amazônia à iniciativa privada autorizada pelo presidente e o cancelamento da atriz Alessandra Negrini, por usar fantasia de indígena no pré-carnaval de São Paulo. Mas partiu do Ceará a notícia mais comentada. Baleado ao avançar com uma retroescavadeira contra policiais amotinados em um batalhão de polícia, o senador licenciado Cid Gomes aqueceu a polarização inevitável e, claro, virou meme.
Virou meme e fantasia, pois é Carnaval. Como disse o jornalista Marcos Sampaio, este, sim, deveria ser o assunto da semana, não somente para os amantes de Momo, mas também para os que fogem do glitter e do mela mela. Outro jornalista, o João Paulo Charleaux, lembrou em uma rede social como era a festa de Carnaval na Europa medieval, uma farra de excessos e inversão de papéis em que algum representante do que havia de mais bizarro assumia ares de líder e regia seus seguidores afoitos na desordem e no caos.
Seja qual for o seu lado nesses dias de desentendimentos e falta de diálogo, torço para que haja paz e alegria reais. E lembre-se: o ano começa daqui a pouco, não é não!, se for beber
não dirija.