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João José Saraiva da Fonseca: A educação na quarta revolução industrial
Opinião

João José Saraiva da Fonseca: A educação na quarta revolução industrial

Edição Impressa
Tipo Notícia Por
João José Saraiva da Fonseca
Diretor de Inovação Educacional do Centro Universitário Inta-Uninta
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal João José Saraiva da Fonseca Diretor de Inovação Educacional do Centro Universitário Inta-Uninta

Em tempos em que se fala tanto em inteligência artificial, 5G, guerra industrial com a China, carro impresso em 3D, carros sem motorista e compartilhados, robô farmacêutico, cidades sem semáforos, óculos e roupas interligados na Internet, há de se voltar o olhar para a educação. Com o cenário que se anuncia mundialmente, inclusive com a tendência de baixa natalidade e alto índice de envelhecimento populacional, não há como preservar a base da educação moldada em preceitos da era analógica. Somos, educandos e educadores, aprendizes do que está posto.

O que deve mudar na proposta didática de sala de aula? Talvez o fortalecimento da solução de problemas, ensino personalizado, exploração mais assertiva de talentos inatos sejam alguns dos caminhos. A relação contínua entre teoria e prática preparando o aluno para o mundo das startups e serviços virtuais é fundamental. Assim como o desenvolvimento do aprendizado inteligente que vai se adaptando às novas necessidades, do professor e do estudante, à medida que elas surgem.

Outro ponto importante é estreitar os laços de aprendizado mútuo entre a instituição de ensino e a comunidade, por meio de projetos de extensão. A ideia de trabalhar respeitando as diferenças, enfatizar a aprendizagem invertida (metodologias ativas), híbrida, colaborativa, com uso de materiais diversificados, dando ao aluno condições de aprender fora da escola são algumas das premissas mais urgentes. Estudar trancado em uma sala de aula com uma noção recortada da realidade é caminhar na contramão dos novos rumos.

Nesse sentido, a universalização do ensino e a parceria entre as universidades públicas e privadas, a mudança nas formas de avaliação, desenhos de conteúdos ajustados à realidade social e o foco na criação de competências para um mercado de trabalho em constante transformação são consequências naturais. Como o passado que se recria no presente, como diz Walter Benjamin, retoma-se o que pregava a educadora Maria Montessori: "Para ser eficaz, uma atividade pedagógica deve consistir em ajudar o aluno a avançar no caminho da independência". 

 

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