Em 5 de abril de 2019, Bolsonaro afirmou em cerimônia no Palácio do Planalto: "Não nasci para ser presidente. Nasci para ser militar". Acompanhada de um pedido de desculpas, a fala de Bolsonaro não era novidade dado seu histórico parlamentar e humano. Hoje, o Brasil está pagando caro pela irresponsabilidade desse meme com faixa presidencial.

Ao completar um mês da primeira morte pelo novo coronavírus no Brasil, o País já tem mais de 30 mil casos e mais de 1.900 óbitos. No Ceará, a projeção da Secretaria da Saúde do Ceará é 250 mortes por dia em maio. Ainda assim, há quem negue a gravidade do problema e seja contra o isolamento social.

Neste cenário de guerra, onde está o capitão? Sua estratégia é negar a gravidade da doença, suas armas são a mentira, desinformação, ataque aos governadores, chegando a demitir o ministro da Saúde por seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde e da ciência, que orientam o isolamento social como o meio mais eficaz de evitar a propagação do coronavírus. Mas não se pode esperar liderança e diplomacia de quem só grita.

Bolsonaro coloca em risco a vida do povo, com um discurso desastroso e criminoso, na contramão da medicina, e até mesmo do que pregam governos de direita e esquerda ao redor do mundo. Nega a ciência, aperta a mão do mercado. Bolsonaro é hoje uma ameaça nacional à saúde quando desconsidera que milhares de brasileiros morrerão nos próximos meses caso não se mantenha o isolamento social.

Enquanto eu escrevo e enquanto você lê esse texto, alguém se contamina, alguém morre, alguém recebe tratamento, cientistas trabalham em busca da cura. Bolsonaro faz piada e ri de cada um de nós.

Tudo isso nos faz crer que as palavras do haitiano que circularam pela internet é um recado dado ao País: "Bolsonaro, acabou". Bolsonaro não é líder, não se comporta como presidente, muito menos capitão. Isolado, talvez só não tenha abandonado o barco por um motivo pior. Ele quer levar todos para o fundo com ele.

Por favor, fiquem em casa. Cuidem de quem vocês amam.