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Ailson Pereira de Moura: Que o vírus nos ensine a rezar
Opinião

Ailson Pereira de Moura: Que o vírus nos ensine a rezar

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Ailson Pereira de Moura 
Pós-doutor e professor da UFC
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Ailson Pereira de Moura Pós-doutor e professor da UFC

Quanto vale a morte de um familiar? Alguns acham que precificam isso em nome da economia. Qual é o preço da morte (sua, de seu pai e mãe)? Que tal receber o fantasma do Scrooge e aumentar o valor, se você morrer sem a despedida dos familiares? A Agência de Proteção Ambiental (EUA) estima que cada vida humana, valha entre US$ 7 milhões e US$ 10 milhões. Este preço está bom pela sua vida? Nós, desta geração, não vivemos o medo de uma guerra, até agora.

Os mentalmente equilibrados descobriram ser igualmente frágeis, frente a um inimigo minúsculo (0.00000012 m), que não pede nossa identidade, cor, religião ou riqueza, para nos atacar. A lista de mortos iguala todos: o político, o pedreiro, o padre, o médico, o crente, o rico, o pobre, o enfermeiro e o ateu. Mas, outros escrevem: "Não podemos deixar que a cura seja pior que o próprio problema". Então, depois da tragédia, como na Itália, virão os pedidos de desculpas com a fila de caixões nas ruas. A tempestade da morte não aceita desculpas. Aliás, procurando o conforto muitos rezam. Mas, será que realmente sabemos rezar? Estamos na guerra sem nada poder fazer. Será? Podemos sim, dar o exemplo como nação e fazer várias ações para ajudar os mais necessitados. Em tempos de coronavírus essas pessoas são aquelas sem renda, que vão provocar o caos social. Como se em outras épocas isso não fosse verdade. Mas, o que podemos fazer, se rezamos? A principal ação, nossos pets nos ensinam todo dia, é a empatia que sentimos pelos outros. Esta é a arma mais poderosa que temos. Sem ela todas as outras serão mascaradas pelo egoísmo e pela vaidade. Não sairemos dessa sem prejuízos econômicos.

Ninguém tem a solução perfeita. Mas, a tempestade da morte não esconderá nossos erros, dor e vergonha. Por que sois tão medrosos? Pergunta o papa Francisco. Será por que uma sociedade não pode servir a interesses pessoais? Assim, o mais importante é bater na portinha de nossos corações e perguntar onde está a bondade escondida atrás dela. Neste momento, precisamos entender a mensagem que o vírus nos traz, nós precisamos aprender a rezar. 

 

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