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Bruno Rocha: A ciência destrói mitos e salva vidas
Opinião

Bruno Rocha: A ciência destrói mitos e salva vidas

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Bruno Rocha
Professor da UFC e presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc)
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Bruno Rocha Professor da UFC e presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc)

A ciência nos faz entender fenômenos que antes observávamos sem saber como ou por que aconteciam. Antes da compreensão, usamos a imaginação para explicar o que ainda não temos condições de conhecer, associamos o evento ainda obscuro a uma mitologia que pode ter diferentes interpretações em diferentes povos e civilizações. Quando chegamos a essa explicação, o que presenciamos é a eliminação dos mitos e a construção de parâmetros e métodos que nos permitem definir conceitos e compreender a complexidade do meio em que vivemos. Portanto, a ciência desestrutura os mitos.

Deparamos hoje com negacionismo científico e inversão de valores, quando mitos são afirmados e teorias, desacreditadas. Ouve-se muito: "é apenas uma teoria!". Ora, na ciência, tudo leva à construção de teorias na busca aproximada do completo entendimento dos fenômenos. Elas são importantes porque passam por um trabalho sistemático de observação, investigação e experimentação e submetem-se à verificabilidade e à discussão pública de uma forma que os mitos, por sua própria origem, não aceitam.

Não é opção em nosso tempo negar o trabalho científico, submetê-lo à escassez de recursos ou atacar professores cientistas das mais diversas áreas, nas universidades e institutos de pesquisa públicos. A ignorância não é uma opção para um mundo com oito bilhões de pessoas que enfrentam extremo desafio com a pandemia do novo coronavírus. O caminho menos tortuoso de saída desta crise passa obrigatoriamente pela ciência, que acolhe todos os conhecimentos, preserva e melhora a vida no planeta. É fundamental estabelecermos esse pacto pela vida e garantirmos a sobrevivência de todos, com atenção especial aos mais vulneráveis. 

 

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