Sempre gostei de Geografia e História e minhas melhores notas eram justamente nessas matérias. Amava ler aqueles livros, mas confesso que possuía uma vantagem sobre os colegas de classe, pois tinha uma excelente professora, D. Irismar - minha mãe, que durante trinta anos lecionou em escola pública. Falando de História, durante parte da minha vida, eram apenas números, datas e memória dos acontecimentos que importavam. Hoje, com meus 57 anos, mais que datas, vejo que a História tem muito a ensinar.

Aprendi com a visita ao Museu do Holocausto em Israel. Fiquei estarrecido com tudo que vi, registros apontam a morte de seis milhões de judeus dos quais um milhão eram crianças. Depois, visitei o campo de concentração de Auschwitz na Polônia, vi que 1,2 milhão de judeus foram mortos lá.

Será que aprendemos com a História? Antes disso, já havia acontecido outro genocídio. Estima-se que entre 800 mil e 1,5 milhão de armênios foram mortos pelo Império Otomano, atual Turquia. Será que aprendemos com a História? Não deveríamos ter aprendido com a Primeira Guerra Mundial onde 17 milhões de soldados e civis perderam a vida? E o que falar da Segunda Guerra Mundial? Será que aprendemos com a História? Não deveríamos ter aprendido com as pandemias que assolaram o mundo? Varíola ou "Peste Antonina" no século II em Roma, onde cinco milhões de pessoas morreram. Peste bubônica ou "Peste negra" no século XIV na Europa, quando 50 milhões de pessoas perderam suas vidas. Gripe espanhola, morte de 50 milhões de pessoas. Poderia citar Aids, Ebola etc.

Será que vamos aprender com a atual pandemia? Tenho minhas dúvidas quando olho para a História e imagino os sobreviventes dizerem: "vamos sair diferentes!". Espero que saiamos mais humanos ao percebermos que a vida passa rápida e qualquer um, em um piscar de olhos, pode morrer; também mais simples percebendo que "menos, às vezes, é mais". Espero que saiamos valorizando mais a família, os amigos, os abraços, os encontros do café, a conversa à toa, o bate-papo sem olhar para o celular. Espero que saiamos amando mais a Deus. Pois é, quem não aprende não muda!