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Davi Azim Filho: Fator fake
Opinião

Davi Azim Filho: Fator fake

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Tipo Notícia Por
Davi Azim Filho
Pós-graduado em Estratégia e Gestão Empresarial e analista de Operações Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Davi Azim Filho Pós-graduado em Estratégia e Gestão Empresarial e analista de Operações Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)

A palavra informação deriva de informare, que significa dar forma. O capitalismo moderno, através do uso das tecnologias, expandiu a maneira como nos comunicamos. O volume de informações, a pluralidade dos nichos de consumidores e a qualidade das mensagens, formam um complexo fluxo de interesses que misturam o coletivo com o individual e o público com o privado. Não é simples se chegar ao resultado da utilização dessas plataformas, não temos um esboço seguro para separar o genuíno do falso (fake), tão pouco o pensamento crítico e metódico do ideológico.

Não falo sobre debater teorias dos pensadores clássicos, ou sobre leis da termodinâmica ou lei da oferta e da demanda, que são empíricas e que demandaram tempo, falo sim das informações rotineiras, instantaneamente reproduzidas e consumidas, ilusoriamente aceitas e diametralmente refutáveis. Estamos dominados pela força motora da criatividade urgente, do jargão motivacional do agora ou nunca e das destemperanças recreativas, sim adoramos uma "treta". O caos, que outrora resultava em ordem, agora é apologia ao ser político pessoal e mítico. E me atrevo a afirmar que sempre foi assim.

É como se fosse apenas a externalidade daquilo que fazíamos em nosso convívio íntimo e particular, um pecado que já se praticava e que persiste em não se arrepender. Nossa condição humana, por vezes, projeta nas lideranças elitizadas, ou não, seus mais elevados valores morais e éticos, chegando ao ponto de inflexão das reflexões. O mais trágico é notar que tais lideranças, estimulam o pensamento de que inexistem referências absolutas, tudo se tornou relativo.

E nesse diapasão a informação perde, por vezes, sua nobre missão em dar a lúcida forma aos que a recebe de bom grado. O fator fake abala as instituições públicas e privadas, seu poder está em polarizar e em promover pensamentos por vezes lógicos e de fácil entendimento, mas sem adicionar o esforço necessário à sua validação. Entramos em um loop de desconfiar da confiança, atingindo nossa intimidade e aguçando nosso individualismo. 

 

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