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Fabrízio Gomes Santos: Gestão fiscal em tempos de pandemia
Opinião

Fabrízio Gomes Santos: Gestão fiscal em tempos de pandemia

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Fabrízio Gomes, secretário executivo do Tesouro Estadual e de Metas Fiscais da Secretaria da Fazenda do Ceará (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Fabrízio Gomes, secretário executivo do Tesouro Estadual e de Metas Fiscais da Secretaria da Fazenda do Ceará

Na história econômica, o nível de intervenção do Estado sempre foi controverso. Em dado momento, numa perspectiva mais liberal, se pregava o Estado mínimo. Já em outros, um viés keynesiano determinava um papel mais ativo dos governos. Num cenário de pandemia, o papel do Estado ganha maior relevância no combate à crise.

Observa-se pelo mundo, até em países mais liberais, políticas fiscais e monetárias expansionistas focadas na saúde pública e na economia. Sabendo que o setor público precisa investir para salvar vidas, a gestão equilibrada das contas públicas é uma tarefa desafiadora. Esse equilíbrio pressupõe sustentabilidade e passa por manter recursos suficientes para suportar crises sistemáticas e não sistemáticas.

Nesse contexto, o Estado do Ceará tem se destacado ao longo dos anos. Com uma gestão austera e atenta aos fluxos de receitas e despesas, já suportou crises diversas, vendo outros entes federados não honrarem as contas básicas, tais como pessoal e dívida. Dessa forma, manteve, no ano passado, a liderança em investimentos públicos, sempre visando o bem estar da população cearense.

Olhando para os dois primeiros meses deste ano, percebemos resultados animadores, que acabaram frustrados pelo avanço da pandemia no Brasil e no Ceará, fazendo a sociedade entrar em lockdown. Com a queda expressiva na arrecadação e com a elevação dos gastos com saúde, a gestão estadual precisou ser ainda mais criteriosa na destinação dos recursos.

A crise sanitária não deve ser vista como um "cheque em branco" para os gestores públicos executarem despesas de forma ineficiente e, sim, um desafio para fazer mais com menos. Prospectar novas fontes de receitas e otimizar a aplicação dos recursos financeiros em prol da sociedade são papeis primordiais do administrador.

Quando tentamos fazer projeções para o final do exercício, muitas incertezas são consideradas, dificultando estabelecer cenários. É preciso muita cautela e análise constante do fluxo de caixa, visualizando os indicadores de saúde e economia, para poder tomar as melhores decisões. Com uma gestão fiscal rigorosa, o Ceará deve finalizar o ano de 2020 com as contas equilibradas, permitindo os investimentos necessários para a melhoria da qualidade de vida do povo cearense. 

 

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