Um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) aventou a possibilidade de o bolsonarismo ser igual ao nazismo.
Isto é um exagero. Mas não resta dúvida que alguns fatos podem levar a esta conclusão.
Vamos a eles.
Um secretário de Cultura não usou uma frase de Joseph Goebbels, o ministro da propaganda nazista, para se referir à cultura brasileira? Em sua fala até a expressão do rosto não parecia com o facínora Goebbels?
O ódio de Bolsonaro aos comunistas não está muito perto do sentimento de Adolf Hitler, quanto a este tema?
A fala de Bolsonaro dizendo que a população deveria ser armada, significa que ele pensa em ter os "freikorps" ou os "schutzstaffel"?
A aversão do presidente brasileiro aos LGBTs, não se parece com a aversão de Hitler aos judeus?
O lançamento de fogos de artifício contra o Supremo Tribunal Federal foi um simulacro do "Reichstagsbrand", o incêndio do Congresso alemão?
A opinião do ministro da Educação de prender os membros do STF não lembra uma das estratégias de Hitler de prender seus opositores?
A declaração do presidente da Fundação Zumbi dos Palmares de que a escravidão foi benéfica para os negros não se parece com o sentimento nazista de que o trabalho escravo dos judeus era benéfico para eles?
Tudo isso pode parecer nazismo, mas as diferenças são muitas.
Vamos a elas.
Hitler era um louco. Mas era um líder. Bolsonaro é louco, mas longe de ser um líder.
Hitler era um grande orador. Bolsonaro nem sequer sabe articular as palavras.
Hitler dominava seu partido, o "Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei". Bolsonaro nem partido tem.
Hitler tinha um ministro da Fazenda que era um gênio, o Dr. Hjalmar Schacht. Paulo Guedes está longe disso.
Hitler recuperou a economia alemã em seis anos. Bolsonaro não parece estar predestinado a tal façanha no Brasil.
Hitler montou um sistema de governo voltado para um fim específico: trazer a Alemanha para um novo lugar entre as nações. Bolsonaro não tem estratégia nem para o setor brasileiro da saúde.
Para o bem ou para o mal, Hitler reintroduziu a Alemanha no cenário internacional. Bolsonaro está tornando o Brasil em um país cada vez menos importante, até na América Latina.
Mas, felizmente, não há a possibilidade do bolsonarismo se transformar em nazismo.
Isto por vários motivos.
Primeiro, os tempos são outros. A situação econômica do Brasil é muito diferente do que existia na Alemanha dos anos trintas do século passado.
Segundo, os meios de informação de hoje não permitem mais a manipulação das massas como no tempo de Goebbels.
Terceiro, o mundo todo rejeita o nazismo e qualquer outro extremismo.
Para finalizar lembro que alguns generais de Hitler o consideravam nada mais que um cabo. O "Capitão", não mereceria o epíteto? Com todo o respeito aos cabos brasileiros.