Logo O POVO+
Rafaella Florêncio: Os desafios do IFCE hoje: resistência em tempos difíceis
Opinião

Rafaella Florêncio: Os desafios do IFCE hoje: resistência em tempos difíceis

Edição Impressa
Tipo Notícia Por

Vivemos tempos difíceis: cortes nos investimentos sociais, retirada de direitos trabalhistas e previdenciários, crise política, econômica e ambiental, com efeitos como a tragédia de milhares de mortes pela Covid-19.
Escancararam-se desigualdades persistentes, como a fome, o desemprego, falta de saneamento básico e a indiferença do governo aos pequenos negócios. Esses e outros conflitos são respondidos de modo autoritário, negligenciando a seriedade dos fatos e as necessidades da população.
Bolsonaro, seus filhos, equipes e aliados, interferem no funcionamento das instituições, como a rede federal. A exemplo, temos a nomeação de interventores nas universidades e nos institutos federais, perseguição política a servidores, além de censuras, como à I Semana de Direitos Humanos Dandara dos Santos no IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará), em agosto de 2019.
No IFCE, precisamos combater o assédio moral, o machismo e o racismo institucionais. Incluir efetivamente as pessoas com deficiência e demais minorias excluídas socialmente, como LGBTQIA+. É urgente ampliar a política da assistência estudantil, que visa ao acesso, à permanência e ao êxito de estudantes, bem como enfrentar as desigualdades educacionais - aprofundadas na pandemia com a imposição das atividades remotas que negligenciam as condições de vida dos servidores, estudantes e seus familiares. Tudo para responder à pressão das empresas de educação privada.
Queremos proteção integral à juventude do IFCE para que nossos jovens não sejam criminalizados ou se evadam, mas tenham oportunidades de ingressar no mundo do trabalho. Os duros cortes no financiamento que sofremos interferem não só na qualidade do serviço prestado, mas impedem que essas ações aconteçam.
A reforma administrativa, encampada por Bolsonaro e Guedes, mira nos servidores dos setores básicos, como saúde e educação, e preserva os super salários do legislativo, judiciário, além da cúpula dos militares. No entanto, quem mais sofrerá será a população usuária desses serviços, em sua grande maioria os mais pobres, mas que também inclui boa parte da classe média.
O Sindsifce (Sindicato dos Servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará) possui um importante papel na mobilização e unificação de servidores para enfrentarem os ataques das elites políticas e econômicas, grandes inimigas da prestação dos serviços públicos à população brasileira. Queremos um sindicato dinâmico, participativo, que caminhe junto à comunidade acadêmica para avançar nas reivindicações de carreira e condições de trabalho. Mas, principalmente, garantir o direito da população cearense a uma educação pública, gratuita, de qualidade, socialmente referenciada. Afinal, é isso que nos move: um ensino que promova sonhos e transforme vidas.

O que você achou desse conteúdo?