A frota de veículos automotores tem aumentado mais de 100% nos últimos 10 anos no Ceará, chegando a uma marca superior a três milhões de veículos. A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) é composta por 15 cidades, situando-se entre as 10 maiores RM do País. Com a crescente taxa de urbanização da RMF, cerca de 80% de sua frota possui menos de 15 anos, relativamente jovem. No entanto, o conhecimento da evolução das emissões de poluentes oriundas de veículos automotores, em face ao crescimento da frota na RMF, ainda é incipiente.
Estudos realizados no Laceema/Uece apontam que, os veículos movidos a gasolina, álcool e gás natural veicular, representam mais de 90% das emissões totais de monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos e aldeídos. Motocicletas têm apresentado emissões significativas, de CO, óxidos de nitrogênio (NOx) e de Material Particulado (MP), devido ao aumento dessa classe de veículos na região. Apesar o bioetanol ser amplamente utilizado no Brasil, as emissões de aldeídos podem vir a aumentar vertiginosamente nos próximos anos. Isto pode ser um grande obstáculo em relação à qualidade do ar, ao qual se deve ter constante atenção. Já os veículos a diesel emitem mais de 85% das emissões de NOx/MP. Ou seja, os caminhões e ônibus têm sido as principais fontes desses poluentes na região. Em 2018, o Proconve instituiu a Fase P8, com emissões mais restritivas para veículos pesados.
Destaco que, as concentrações dos poluentes veiculares diferem em relação ao tipo de motor/tecnologia, tipo de combustível, idade, manutenção, topografia da via, assim como em função do modo de condução (moderada ou agressiva), entre outras variáveis. Então, as soluções mais apontadas para a questão das emissões veiculares no setor estão relacionadas com a maior diversidade dos modais e uso de tecnologias mais eficientes, passando desde a melhoria da qualidade dos combustíveis, a melhoria tecnológica e renovação das frotas, implantação de sistema de transporte integrado, a gestão eficiente do transporte público, até investimentos na estrutura de circulação do trânsito.