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Paulo Ferreira: Escola e a ruptura do preconceito racial
Opinião

Paulo Ferreira: Escola e a ruptura do preconceito racial

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Tipo Notícia Por
Paulo Ferreira 
Geógrafo e professor da rede municipal de educação de Fortaleza 
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Paulo Ferreira Geógrafo e professor da rede municipal de educação de Fortaleza

A escola é espaço de diálogo e ações transformadoras. O mundo vive um momento turbulento, não bastasse a Covid-19, ainda precisamos enfrentar todos os dias ações de injúria e preconceito racial. No Brasil são inúmeros casos de preconceito e injúria racial que acontecem de forma difusa, pontilhando o mapa brasileiro, sem gerar comoção nacional.

A violência sobre a população negra, nos remete há processos históricos e sociais em tempos de escravidão, porém, exige-se uma ruptura urgente. Não é concebido atos de preconceito racial nos dias atuais, aliás em tempo algum.

Vejo a escola como instrumento central na quebra desse regime violento. A escola é espaço socioeducativo fundamental para o debate antirracista. É nela que formulam-se as contradições, as dúvidas e os questionamentos necessários para perceber porquê o racismo é estrutural, logo vital rompê-lo.

Não devemos trabalhar a temática somente na semana da Consciência Negra ou em aulas de História pressionadas pela lei. Avançar no planejamento contínuo das temáticas do movimento negro, cobrar uma formação antirracista para os professores, buscar uma cultura de geração de paz. Assim podemos contribuir para a formação de um ambiente escolar adequado para formulação de um projeto político pedagógico, corretivo no sentido de anexar as leis vigentes: o estatuto da igualdade racial e a lei nº 9394 (LDB) às práticas didático pedagógicas.

Somos pioneiros no combate ao racismo, basta lembrarmos de Chico da Matilde. Cada professor deve buscar os princípios norteadores que geraram nosso pioneirismo na história da luta racial. Coragem e empatia devem ser princípios básicos na nossa ação educativa. 

 

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