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Jurandir Picanço Jr.: O Ceará exportador de energia?
Opinião

Jurandir Picanço Jr.: O Ceará exportador de energia?

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Jurandir Picanço Jr.  (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Jurandir Picanço Jr.

É sabido que o Ceará já exporta energia para outros estados. Essa energia é transportada na forma de eletricidade por meio das linhas de transmissão. Trataremos aqui da exportação de energia para o exterior. Como será possível?

Na transição energética, processo que domina as principais economias mundiais, estão determinadas a promover a substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia.

Grandes economias, nas quais destaco a Alemanha e o Japão, já identificaram que não dispõem de recursos energéticos renováveis suficientes para atender a sua demanda. Ambos os países destinaram abundantes recursos para buscar uma solução. A alternativa comum encontrada na Alemanha e Japão foi o hidrogênio verde, ou seja, hidrogênio produzido com uso de energia renovável. No atual estágio da tecnologia desenvolvida, já incorporaram nos seus planejamentos a importação do hidrogênio em larga escala.

A rota tecnológica que prevalece para produção de hidrogênio verde parte do processo de eletrólise da água, tecnologia há muito dominada, mas só agora alcançando processos economicamente viáveis resultantes de muita pesquisa.

O gigantesco potencial eólico offshore do Ceará, avaliado em 117 GW no recente Atlas Eólico e Solar do Ceará, já atraiu alguns empreendedores para desenvolver projetos no mar territorial cearense. Não só a natureza atraiu esses empreendedores. A infraestrutura portuária poderá ser ofertada pelo porto do Pecém, permitindo que se desenvolva uma cadeia produtiva direcionada à indústria eólica offshore.

As condições especiais asseguradas pela qualidade do vento para produção de energia elétrica será a fonte ideal para a produção do hidrogênio verde. Novamente, o porto do Pecém poderá abrigar um hub para exportação do hidrogênio.

Não se trata de sonho de um visionário. São evidências que apontam nesse rumo, mas que só ocorrerão se houver uma ação planejada e competente direcionada a fazer parcerias com os países que estão na dianteira dessa transformação: Japão e Alemanha. 

 

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