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Lucivânia Sousa: Outubro Rosa deve ser todes!
Opinião

Lucivânia Sousa: Outubro Rosa deve ser todes!

Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Lucivânia Sousa 
Articuladora da Coordenadoria Especial de Políticas LGBT da SPS
 (Foto: Drawlio Joca/Divulgação)
Foto: Drawlio Joca/Divulgação Lucivânia Sousa Articuladora da Coordenadoria Especial de Políticas LGBT da SPS

No mês de outubro, quando a sociedade é convidada a pensar sobre a prevenção ao câncer de mama, uma provocação é inevitável: o Outubro Rosa é de todes? As particularidades e subjetividades dos corpos não heteronormativos e não cisgêneros são respeitades? Os(as) profissionais de saúde e equipamentos estão preparados para receber esses corpos e corpas? Grupos LGBTQIA ainda enfrentam dificuldades no acesso à saúde integral: mulheres lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais e os homens trans e transmasculines.

São sujeites sociais que se confrontam diariamente com apagamentos, invisibilidades e silenciamentos de suas narrativas, trajetórias e subjetividades. Assim como com violências veladas, verbais, físicas e institucionais em razão de suas orientações sexuais e identidade de gênero em uma sociedade heterocisnormativa, se deparam com outro grande desafio: o acesso à promoção da saúde, com profissionais acolhedores, humanizades e desprovides de um olhar heterossexual, cisgênero e transfóbico que não revitimize e desrespeite suas singularidades.

Por muitos anos, as especificidades desses corpos e corpas estiveram ausentes nos diálogos sobre prevenção dos cânceres. Ao mesmo tempo, muitas políticas públicas foram conquistadas, acompanhando reivindicações dos movimentos sociais de mulheres lésbicas e bissexuais para a inclusão de serviços especializados.

O desafio agora é pensar e implementar serviços e políticas públicas voltados ao cuidado com os corpos trans que se submetem a tratamentos hormonais. Esses corpos e corpas irão envelhecer e precisamos estar preparades para a possibilidade de doenças em razão de anos de exposição à hormonioterapia, muitas vezes sem acompanhamento médico.

O Ceará de Todxs compreende a importância da conscientização, sensibilização e empatia por parte dos(as) profissionais para com as particularidades dos(as) pacientes. A desinformação ainda é o maior empecilho nesse acesso ao cuidado. São barreiras que precisam ser rompidas com capacitações, diálogos e contato com a diversidade. Quanto mais cedo conseguirmos identificar, tratar complicações, mais conseguiremos garantir vida longa a todes. 

 

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