Logo O POVO+
Eduardo Miranda: Oncofertilidade no Novembro Azul
Opinião

Eduardo Miranda: Oncofertilidade no Novembro Azul

Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Eduardo Miranda
Andrologista
 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Eduardo Miranda Andrologista

O mês de novembro se consagrou como a principal época do ano para conscientização e rastreamento do câncer de próstata em nosso País. Na verdade, com o sucesso da iniciativa a campanha se expandiu para englobar também a conscientização geral sobre a saúde do homem, envolvendo estratégias de prevenção de outras doenças. Desta forma, é importante aproveitar o ensejo para disseminar um tema ainda muito negligenciado: a oncofertilidade.

Oncofertilidade consiste na atenção à fertilidade de pacientes com câncer, seja antes, durante ou após o fim da terapia. Uma vez que a doença pode afetar homens jovens em idade reprodutiva, o seu combate não deve se limitar apenas no controle do tumor em si, mas também em garantir que os sobreviventes possam ter uma vida plena. A depender do tipo de câncer pode haver comprometimento irreversível às chances de paternidade futura dos homens. Tratamentos de quimioterapia, radioterapia ou hormonioterapia possuem grande parcela de contribuição para este fenômeno.

Frente ao diagnóstico de qualquer doença maligna, o paciente deve ser orientado sobre as medidas de preservação da fertilidade. O ideal é que seja realizado congelamento de espermatozóides através da coleta de sêmen. No entanto, garotos pré-púberes ou indivíduos com alterações na fertilidade podem necessitar de extração cirúrgica para criopreservação. Esses procedimentos são minimamente invasivos e não prejudicam os resultados do tratamento oncológico. Quem não teve a oportunidade de preservar material biológico antes do tratamento deve ser acompanhado por especialista, para maximizar as chances de recuperação da capacidade reprodutiva.

No entanto, as prioridades impostas pela gravidade da doença muitas vezes impedem profissionais e serviços de saúde de proporcionar um adequado suporte a esta questão. Logo, neste Novembro Azul, seria interessante que mais pessoas tomassem conhecimento da importância da oncofertilidade. Desta forma, pacientes, familiares e serviços de saúde estarão mais preparados para entender a importância da fertilidade como um dos pilares fundamentais do bem estar masculino. 

 

O que você achou desse conteúdo?