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Luiz Alberto Esteves: Atuação do BNB atenua crise do coronavírus
Opinião

Luiz Alberto Esteves: Atuação do BNB atenua crise do coronavírus

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Luiz Esteves Economista-chefe do Banco do Nordeste do Brasil. (Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal Luiz Esteves Economista-chefe do Banco do Nordeste do Brasil.

A pandemia do novo coronavírus reduziu acentuadamente as projeções para a economia ao longo do ano. Em abril, um mês após o reconhecimento da pandemia pela OMS, havia expectativa de que o PIB recuasse até 9% ao final de 2020, enquanto o desemprego aumentara 1,3 p.p. e algumas atividades do setor de serviços apresentaram redução de 75% no faturamento semanal.

O Governo agiu de forma anticíclica, seja por meio de política fiscal (auxílio emergencial para pessoas físicas, empréstimos com taxas reduzidas e deduções de impostos pra MPEs, adiamento de pagamento de impostos e ampliação de prazo para pagamento de empréstimos), política de rendas (redução da carga tributária sobre empregos e auxílio no pagamento de parte dos salários) e política monetária (redução consistente da taxa Selic).

Seguindo a tendência do Governo Federal, o Banco do Nordeste tem atuado de forma a atenuar os efeitos da pandemia na economia da Região e impulsionar o desenvolvimento regional.

Ações como o FNE Emergencial, para financiar investimentos e capital de giro com taxa de 2,5% ao ano, prorrogação do pagamento das parcelas de financiamentos de pessoa jurídica e do Crediamigo, constituem mecanismos de mitigação dos efeitos adversos da pandemia e sustentação do setor produtivo para a retomada sustentada do crescimento econômico. Pesquisa realizada pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) indica que os clientes utilizaram essas parcelas suspensas principalmente para pagamento da folha de empregados, a fornecedores e para capital de giro.

Com tais medidas, as aplicações globais do BNB alcançaram, até meados de outubro de 2020, valor total de R$ 30 bilhões, pulverizados em 3,7 milhões de operações para todos os setores da economia e todos os portes. No período também destacou-se o suporte ao segmento de micro e pequenas empresas (MPE), com incremento de 26,6% nas aplicações em comparação a igual período do exercício anterior. Também notou-se crescimento de 3,4% nas aplicações realizadas por meio do Crediamigo, programa de microcrédito urbano, em relação a igual período de 2019.

Reflexo dessa soma de esforços, estimativas recentes apontam para uma retração do PIB bem menos acentuada para 2020 (-4,8%) daquela verificada em abril, bem como uma tendência de maior recuperação econômica para 2021. 

 

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