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Vanja Fontenele: O voto e o controle social
Opinião

Vanja Fontenele: O voto e o controle social

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Procuradora de Justiça Vanja Fontenele Pontes (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Procuradora de Justiça Vanja Fontenele Pontes

A cada quatro anos boa parte das gestões alternam-se. Longe de ser algo ruim, representa a essência da democracia de alternância de poder. Em que pese o proveito democrático, no final das administrações, circulam, com frequência, notícias de sucateamento de bens públicos, desvios de recursos, inadimplência de contratos de serviços essenciais, além de falta de medicamentos e insumos nas unidades de saúde e nas escolas.

Nessa transição, a população suporta a preocupação com as adversidades de mudança de mandato, principalmente se o prefeito perde eleição para o candidato opositor. Essa é uma cultura personalíssima, cuja gênesis está na intenção de deixar para o gestor futuro o caos administrativo para dificultar-lhe o mandato. A estratégia de prejudicar o oponente é, na verdade, cruel e mesquinha porque os danos não chegam a ser sentidos pelos próprios autores, mas pela população mais carente, que precisa dos serviços públicos.

Por essa razão, Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado unem-se, novamente, para realizar as fiscalizações a fim de que essas circunstâncias sejam evitadas ou, pelo menos, mitigadas. A austeridade no uso dos recursos públicos deve ser meta única. Em boa hora a união de esforços das duas instituições para serem intolerantes com os que remanescem nessas práticas contraditórias e nocivas ao bem comum.

O que faz o administrador público não se desapegar dessa prática é algo ainda incompreensível para quem se move pelo interesse maior da população, mormente porque o resultado disso é o sofrimento do povo, que tem que suportar as agruras do embate entre políticos que se apresentaram como seus representantes. Por isso, é oportuno o controle das instituições, repetindo a experiência de anos anteriores e aprimorando os métodos de trabalho.

A iniciativa é boa para, inicialmente, prevenir, mas, principalmente para revelar ao povo as condutas e as intenções dos políticos, a fim de que possam entender a necessidade da mudança do comportamento social, para, na próxima oportunidade, mudar quem é responsável pela matriz dos problemas coletivos. 

 

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