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É possível prevenir a prematuridade
Opinião

É possível prevenir a prematuridade

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Francisco Edson de Lucena Feitosa - 
Gerente de Atenção à Saúde da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh.
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Francisco Edson de Lucena Feitosa - Gerente de Atenção à Saúde da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh.

A prematuridade decorre dos partos que acontecem antes das 37 semanas completas e representa um grave problema de saúde pública. É a principal causa de morbidade e mortalidade neonatal, tendo impacto significativo sobre a taxa de mortalidade infantil.

Além das complicações mais comuns, como a síndrome do desconforto respiratório, a hemorragia intracraniana, a enterocolite necrotizante e a sepse, avaliações do desenvolvimento infantil revelam distúrbios funcionais do sistema nervoso central que comprometem, principalmente, as funções neuromuscular, cognitiva, visual e auditiva, repercutindo em desvantagens neurológicas e psicológicas ao longo de toda a vida do indivíduo.

Embora o considerável avanço tecnológico dos cuidados neonatais nos últimos anos tenha permitido a sobrevida dos recém-nascidos prematuros, esses resultados revestem-se de elevado impacto psicossocial e financeiro.

No Brasil, estudos científicos mostram que 1 em cada 10 partos são prematuros. Destes, 36% são partos prematuros espontâneos, 35% são por intervenção terapêutica e 29% são por rotura da bolsa de líquido amniótico antes do tempo.

Precisamos urgentemente implementar medidas comprovadamente efetivas para reduzir estes números e consequentemente reduzir o impacto deletério da prematuridade na população, principalmente, a mais desfavorecida.

O estímulo aos hábitos de vida saudável como dieta balanceada, realização de atividade física, combate ao uso de drogas ilícitas, álcool e tabagismo são medidas que reconhecidamente reduzem os partos prematuros.

O planejamento da gestação; a garantia de acompanhamento pré-natal de qualidade, iniciado de forma precoce e com consultas regulares; o rastreamento e tratamento de intercorrências clínicas (ex: anemia, infecção urinária, vulvovaginites); o controle adequado de doenças crônicas (ex: diabetes e hipertensão); o rastreamento da pré-eclampsia no primeiro trimestre e a medida do colo uterino durante a ultrassonografia realizada entre 22 e 24 semanas são medidas infinitamente mais baratas que a assistência a um recém-nascido prematuro. n

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