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Ítalo Coriolano: Na guerra da vacina, não há vencedores
Opinião

Ítalo Coriolano: Na guerra da vacina, não há vencedores

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Ítalo Coriolano, jornalista do O POVO (Foto: Camila de Almeida)
Foto: Camila de Almeida Ítalo Coriolano, jornalista do O POVO

O Brasil assiste com ansiedade e, claro, temor, a série de desentendimentos entre as autoridades públicas em torno da campanha de vacinação no País contra a Covid-19. Enquanto países como Inglaterra, Canadá e EUA já iniciaram a imunização de seus habitantes, nos vemos dentro de um embaraço que mistura incompetência, negacionismo e egocentrismo, tendo como protagonista o presidente Jair Bolsonaro.

Desde o início da pandemia que a principal autoridade do País se presta a um papel medíocre de minimizar a gravidade do coronavírus e atrapalhar as ações tomadas por gestores locais para impedir que a tragédia seja ainda maior. No caso da tão esperada vacina, não foi diferente. O que seria a principal solução para começarmos a pensar numa volta à normalidade se transformou numa queda de braço infantil.

Nos aproximamos dos 200 mil óbitos e o presidente prefere brincar com vidas humanas. Coloca sua ideologia deturpada acima de todos, rejeitando a Coronavac, numa triste manifestação de preconceito e falta de conhecimento. Já importamos vários produtos chineses, inclusive a maioria dos insumos para os remédios fabricados aqui.

Mas tudo bem se o País estivesse avançado em relação ao planejamento com outro tipo de vacina. Nem isso! Precisou o governador de São Paulo João Doria tomar as rédeas para Bolsonaro calcular eventuais perdas políticas e acordar. Pena que tarde demais. As dores se multiplicam e não enxergamos luz no fim do túnel. Nem um plano nacional consistente de vacinação esse governo é capaz de apresentar.

Estamos num verdadeiro "salve-se quem puder". Um barco à deriva com um comandante que está mais para papagaio: só sabe falar em cloroquina. Parcela considerável da população bate palmas e a crise ganha contornos ainda mais dramáticos. E não pense que a máquina desmoralizadora está inerte. Enquanto choramos nossos mortos, Bolsonaro age para instrumentalizar a Abin e proteger o filho Flávio. Num aceno ao grupo que ainda é fiel ao governo, zera alíquota de importação para armas. É o projeto de destruição do Brasil a topo vapor, que tem a morte como fundamento. Nos entregaremos a ele? 

 

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