Dezembro, metade do mandato (dois anos), evidencia-se o ocaso do Governo Federal. Seu modus operandi sempre foi o confronto desmedido, com os agentes políticos, judiciário e imprensa. Produziu conflitos, transferiu responsabilidades próprias e, carente de sabedoria, não entendeu que não se corrige o passado, só o presente. Portanto, a negação da realidade e a dissimulação foram sempre a estratégia do dissenso.

O racismo não existe, não existe fome no Brasil, o desmatamento e queimadas são só quimeras. A Covid-19 é uma gripezinha - nunca disse -, apesar de vídeos com áudios tornarem incontestes as obtusas afirmações.

Intolerância e incompetência foram sempre as marcas da gestão, se não, vejamos alguns ministérios: Justiça - o combate a corrupção foi deixado de lado, dito pelo próprio ex-ministro. Claro, se o próprio presidente e dois filhos estão sob investigação por ilícitos e crimes supostamente cometidos; Saúde - demitidos dois ministros técnicos e o "comando" entregue a um general omisso. Nenhuma efetiva e completa campanha nacional de prevenção à Covid (distanciamento, uso de máscaras, testagem) e mais de 185 mil mortos; Educação - mesma trilha, dois ministros demitidos, dois outros que não assumiram por terem plagiado teses acadêmicas e mentirem sobre seus títulos; Meio Ambiente - "vamos passar a boiada, aproveitar a pandemia e desregulamentar tudo", palavras ditas pelo Sinistro (com S maiúsculo mesmo) ministro da pasta. Relações exteriores - temos um chanceler desagregador. Um diplomata que pratica a anti-diplomacia. Ofendeu os árabes, forjou desagravo com europeus, desacatou a Argentina que é o principal parceiro no continente e desrespeitou o nosso principal comprador, a China.