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Erinaldo Dantas: Há esperanças
Opinião

Erinaldo Dantas: Há esperanças

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Tipo Notícia Por
Erinaldo Dantas
Presidente da OAB-CE
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Erinaldo Dantas Presidente da OAB-CE

Sem dúvidas, um difícil ano acaba de ser encerrado e o sentimento de esperança surge para este 2021. Ainda cheio de incertezas, atenção redobrada à saúde em decorrência da pandemia do coronavírus e com grandes batalhas a serem travadas, é possível destacar a aprovação de duas grandes conquistas para a Ordem dos Advogados do Brasil: A partir de agora 50% das mulheres passam a ocupar todos os cargos de chapa, bem como 30% de advogados e advogadas negras serão protagonistas nas eleições Oabeanas. A reserva mínima valerá pelo período de 30 anos (10 mandatos) em todos os órgãos da OAB: Conselho Federal, Conselhos Estaduais, Subseções e Caixas de Assistência.

É fato que ações afirmativas não se limitam às cotas nem se confundem com elas. É preciso muito mais! É necessário discutirmos a ausência ou a baixa incidência de pessoas negras ou de mulheres no poder. Pensar em ações que mudem essa realidade e transformar com responsabilidade a estrutura da sociedade brasileira é fundamental.

De acordo com os dados do Fundo das Nações Unidas (Unicef), de cada mil adolescentes brasileiros, quatro serão assassinados antes de completar 19 anos - três vezes mais negros do que brancos. A previsão, se o cenário não mudar, é de que 43 mil brasileiros entre os 12 e os 18 anos sejam mortos entre 2015 e 2021. Não bastando, uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil e 65% delas são negras, de acordo com o Atlas da Violência 2020. O Altas também apresenta que o Estado do Ceará registrou uma média de 10,2 mulheres assassinadas a cada 100 mil habitantes e 90% delas eram pretas ou pardas. São números preocupantes e urgentes de ações que transformem estas realidades.

Parafraseado a ativista paquistanesa e vencedora do prêmio Nobel da Paz de 2014, Malala Yousafzai: "O importante não é a cor da pele, a língua que se fala, a religião que se pratica; o importante é nos respeitarmos uns aos outros e considerar que todos somos seres vivos". E assim precisamos seguir. Sem omissões ou conivência com a violação de direitos e a união de forças na construção da equidade de gênero e racial, a OAB Ceará vem, cada vez mais, reafirmando o seu compromisso coletivo ao longo da gestão 2019/2021.

Ao ano que se inicia: ainda há esperança! Com coragem, saúde, representatividade e valorização, seguiremos firmes em prol da advocacia e sociedade brasileira. 

 

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