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Maria do Céu de Lima: Agricultura familiar na pandemia
Opinião

Maria do Céu de Lima: Agricultura familiar na pandemia

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Tipo Notícia Por
Maria do Céu de Lima
Professora UFC e coordenadora OPLURAL-Faced-UFC
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Maria do Céu de Lima Professora UFC e coordenadora OPLURAL-Faced-UFC

As condições do viver de camponeses, comunidades pesqueiras e povos tradicionais nos territórios rurais foram profundamente afetadas pela pandemia. Sem dúvida aprofundou-se a crise social e, a exemplo do que ocorreu em diferentes estados brasileiros, no Ceará as desigualdades sociais que já assolavam milhares de pessoas foram escancaradas. Diante desse triste cenário, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará (SDA-CE) anunciou, como parte das ações de enfrentamento dos efeitos sociais e econômicos da Covid-19, a criação do Portal dos Produtos da Agricultura Familiar, ferramenta digital cujo objetivo é divulgar o que é produzido pelos agricultores familiares e, a partir daí, oportunizar aos consumidores diretos cadastrados, que ao acessarem a lista de produtos atualizada, identifiquem que produtos interessam, negociem diretamente com os/as produtores/as e ao comprarem se solidarizam com quem vive e produz no campo.

Nos debates realizados pelo Observatório das Políticas Públicas do Mundo Rural (OPLURAL-Faced-UFC) enfatizou-se que: 1) a Covid-19 tensionou e exigiu que o Estado atuasse no sentido de colaborar para mitigar as impossibilidades da comercialização dos produtos da agricultura familiar; 2) a escolha por uma plataforma digital, denominada de Portal gerou uma janela de visibilidade do que é produzido nos territórios rurais do Ceará; 3) que essa ferramenta poderá potencializar a articulação de políticas públicas já existentes, a exemplo do crédito e da formação/capacitação; 4) em razão da dificuldade de acesso considerando a baixa escolaridade dos agricultores e a exclusão digital nos territórios rurais, construir parcerias com diversas instituições (escolas do campo, centros de pesquisas, UFC, UVA, Uece, Centec, IFCE e ONG); 5) o cuidado com a validação das informações cadastradas; 6) a melhoria da interlocução entre os envolvidos (agricultores, técnicos da SDA e Ater), e, por fim, 7) o referido Portal, em construção, requer ainda ajustes, mas é uma importante ferramenta para dar visibilidade aos produtos da agricultura familiar cearense. 

 

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