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Taiene Righetto: Ano novo, impostos novos
Opinião

Taiene Righetto: Ano novo, impostos novos

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Taiene Righetto é presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE)
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Taiene Righetto é presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE)

Aquela esperança de que, iniciando um novo ano, teríamos vida nova, não era nutrida pela maioria dos empregadores do setor de alimentação fora do lar. A dura realidade imposta pela pandemia em 2020 nos deixou com os pés bem firmes. Foram tantas notícias arrasadoras, de desempregos, portas fechadas, contas acumuladas, que só desejávamos um fôlego para alcançar a praia vivos.

Mas 2021 chegou, e com ele mais sapos para engolirmos. Ao contrário do que temos pedido ao poder público (diálogo, estratégia em parceria, incentivo para nos mantermos de portas abertas), o que temos recebido por baixo da porta são os pesados impostos de início de ano: IPVA, IPTU, reajuste de aluguéis, água, gás, combustível e energia elétrica, inflação dos insumos alimentícios e aumento na tarifa das passagens de ônibus que passou a valer no dia 11 de janeiro. Este último reajuste, que chega a até R$ 0,55, tem impactado o bolso dos empregadores, que já vêm lutando para sobreviver após mais de 10 meses de pandemia e seus efeitos desastrosos.

Ficamos parados por meses ano passado, estamos funcionando com grandes restrições, lutando para pagar a folha e evitar mais demissões, sendo que a lei que permitia suspensão dos contratos de trabalho e redução de salário já não tem mais seus efeitos. Poucos empreendedores tiveram acesso a crédito e já não sabemos de onde tirar recursos. Quem dera viesse, junto com as contas, um manual de sobrevivência ensinando a arcar com tantos custos, enquanto convivemos dia a dia com o fantasma de retrocedermos nas fases de abertura.

Importante lembrar que essa é uma preocupação de toda a classe produtiva, sufocada sem compaixão e sem poder pagar essa conta sozinha, já que não existe mais tanque reserva para ninguém.

Com este cenário, se o poder público jogar mais este ônus nas costas da sociedade, a crise que se avista será sem precedentes, principalmente para um estado como o Ceará que depende tanto do comércio, turismo e setor de serviços. É preciso dividir essa bola, pois jogo que se joga sozinho não tem vitorioso. O setor produtivo não aguenta mais. 

 

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