Para autorização de uso emergencial das vacinas Coronovac e Oxford a Anvisa realizou estudos baseados na Ciência Estatística, principalmente os testes de quiquadrado e a distribuição Poisson de probabilidades para comprovação da significância estatística entre as populações que receberam o placebo e a vacina. Substancial documentação técnica foi produzida e apresentada em sessão pública de mais de cinco horas transmitida ao vivo para o País.
Como estatístico senti orgulho ao ver a seriedade com que foram conduzidos os testes das fases de 1 a 3 que resultaram na autorização de uso emergencial das vacinas que já estão sendo aplicadas em pequeníssima parcela de nossa população. Três episódios, um antes e dois depois da autorização, deixaram claro que politizaram a saúde pública. O primeiro deles, o negacionismo do presidente da República ao declarar que “não compraria a vacina chinesa”, que seria envasada pelo centenário Instituto Butantan. O segundo e o terceiro episódios são de médicos cearenses conceituados.
No segundo episódio, ouvi pessoalmente que, durante a aplicação da Coronovac, seria implantado um chip pelos chineses para monitoramento e controle da população brasileira. O terceiro episódio foi de médica cearense que ocupa alto cargo no Ministério da Saúde, duvidando da eficácia da vacina por ter sido desenvolvida em tempo recorde. “Uma vacina demora de 10 a 15 anos para ser desenvolvida e estamos aplicando vacina que não entrou na fase 4” declarou há poucos dias. Como essas, outras declarações são diariamente disseminadas com nítida conotação política e genocida, pois tratam de desacreditar os defensores da vacinação em massa, como o fizeram com Osvaldo Cruz no século passado. Saúde pública não se mistura com política. A palavra vacina começa com o V de vida.