Um importante tema entrou em estudo pelo Governo Federal e deve ser um dos pilares da atração de investimentos estrangeiros para o Brasil, mas talvez somente a partir do próximo ano. É que o Tesouro Nacional pretende começar a emitir títulos públicos com selo de boas práticas nas áreas ambiental, social e governança, conhecido como ESG.
A ideia do governo brasileiro é mapear despesas do Orçamento que se enquadrem no ESG para atrair esses investidores de fora, que, além de terem diminuído a aposta nos mercados emergentes, passaram a olhar com mais desconfiança para o País.
Isso porque, no discurso, pode até defender a sustentabilidade, mas, na prática, aponta para números mais altos de desmatamento - chegaram a ser 82% superiores à média dos últimos três anos.
E a cobrança pelo compromisso sério e forte no ESG cresce no mundo. No Brasil, muitas empresas miram a pauta. Os ganhos são em valorização dos negócios e também da população quanto ao compromisso social daquela companhia onde atua.
Para o governo, a vantagem vai ser na volta da credibilidade e, possivelmente, na diminuição do risco de investir no País, pois quem aposta no tema tem de ser mais transparente e comprometido com a sustentabilidade. Vai auxiliar ainda no cumprimento de metas mundiais de desenvolvimento sustentável.
Portanto, é um mercado estratégico para o País, que somente tem a ganhar, pois o número de fundos aplicando seus recursos exclusivamente neste tipo de ação apenas cresce. Na lista de países que já aderiram a emissões de títulos públicos voltados para estas boas práticas, 22 já competem a atenção destes investidores e o País precisa entrar o quanto antes na pauta.
Em suma, assim como as empresas, a nação que não se movimentar rumo ao ESG vai ficar para trás. Nem é mais o futuro. Já é o presente. Dentre as vantagens para o investidor, estão as ações, que tendem a ter custo menor para o emissor, pois os juros são menores na troca de financiar ações sociais, ambientais ou para melhorar a governança de um país.