A pobreza é um processo difícil de definir, mas fácil de ver. Seus frutos derivam de escolhas políticas com fortes reflexos sociais e ambientais. Seu enfrentamento exige democracia e justiça social pautada numa ética capaz de se opor a tudo que produz miséria.
A Covid-19 desencadeou uma crise política/sanitária sem precedentes, escancarando a hipocrisia da elite econômica do País. A letalidade do vírus desatualiza o número de mortes rapidamente.
Todavia, é chocante saber que a maioria dessas perdas poderia ser evitada, se tivesse sido garantido um cinturão protetor, principalmente aos mais vulneráveis. No entanto, Bolsonaro conduziu a crise de maneira tosca e leviana. Criou uma falsa polarização entre "vidas e economia" e o leite condensado mereceu a mesma atenção orçamentaria que a ciência. Na prática, nem garantiu vidas, nem a economia.
A serpente chocada em 2016 fez emergir um ciclo político/econômico que já condena 50 milhões de pessoas à pobreza. As estatísticas revelam quem, onde, e o que lhes faltam.
No Ceará, a terça parte da população vive com até R$ 89,00/mês. Fortaleza, não obstante ter alcançado o melhor desempenho no PIB entre as capitais do Nordeste, sente os efeitos da desigualdade. A opulência de poucos impõe a 624 mil pessoas algum tipo de pobreza na renda. Os reflexos estão nas massas de desalentados a povoar as ruas e as praças.
Nesse cenário, deve emergir uma "Frente pela vida e pela democracia", capaz de repactuar a cidadania perdida em três atos:
(I) Cuidar da Vida, garantindo vacina para imunizar a todos (II) Cuidar da Economia, garantindo a continuação do auxilio emergencial e fazendo a justa reforma tributária (III) Garantir uma frente ampla para frear Bolsonaro e o bolsonarismo, que mente e deixa morrer pessoas, sonhos e esperanças. Ou seja, vacina; auxilio emergencial e impeachment.
Para tanto, precisaremos de todos(as) democratas, amantes da justiça e da liberdade, irmanados com suas justas indignações para se opor à pobreza e se colocar a favor dos pobres, da democracia, e da vida.