Me chamo Luiz, tenho 9 anos de idade e sou um menino de muita sorte.

Às vezes, percebo as pessoas me olhando de um jeito estranho, que já fizeram me sentir mal. Já levei bronca por meu comportamento e vi pessoas falando para minha mãe me ensinar bons modos. Vi também minha mãe chorando, tentando explicar que não é culpa minha.

Um dia, criei coragem e perguntei a ela por que geralmente as pessoas me tratavam diferente. Até aquelas que me amam não me entendiam.

Minha mãe falou que isso não tem nada a ver com amor. As pessoas, por muito tempo, foram acostumadas a colocar cada uma em espaços diferentes, separadas por suas características, e hoje não sabem conviver com as diferenças. Fiquei feliz, entendi que o problema não estava em mim, mas nos olhos de cada um. Minha mãe falou que nossa missão agora era viver junto com todo mundo. Nessa convivência, todos aprendem que as pessoas, mesmo diferentes, podem fazer muitas coisas importantes através de nossos talentos e possibilidades. Só assim, o mundo vai aprender a viver junto e acreditar em todas as formas de ser.

Hoje, minha mãe me falou que eu tenho autismo. Não entendi bem o que ela quis dizer, mas acho que é o nome que se dá ao meu jeito diferente de ser. Ela também me falou que eu nasci com um super poder: o de transformar o mundo em minha volta! Essa transformação só acontece com quem convive comigo e se deixa acreditar nas possibilidades. Hoje, me sinto um super-herói!

E você, já tem um Luiz na sua vida?