O conhecimento sobre os vírus que periodicamente afetam as populações permite inferir que seguem um padrão de evolução compatível com uma curva em forma de sino. Como fenômenos naturais têm começo, meio e um processo infinito de propagação. Infinito, ad eternum, sim, porque uma vez em circulação seu processo de continuidade prossegue, mesmo com o advento de uma vacina. O caso do H1N1 é simbólico: circula entre nós desde 2009 e continuará circulando mesmo com a vacinação anual aplicada.

Acessando o último Boletim Epidemiológico da Prefeitura de Fortaleza dia 12 de fevereiro pode-se notar que a curva de casos na cidade segue a tendência de toda pandemia: uma curva em forma de sino, cujo ápice ou pico aconteceu em maio último. No ramo direito da curva, em queda desde as primeiras semanas de junho há elevação de casos a partir da segunda quinzena de outubro com três mini-picos, correspondendo às aglomerações das eleições, Natal e réveillon, e, principalmente em janeiro e fevereiro, pela circulação comunitária da variante Manaus.

Só há duas opções para reduzir o crescimento da curva de uma pandemia: isolamento social rígido e vacina, tendo como consequência a taxa de reprodução R tornar-se menor do que 1. Com baixíssima cobertura vacinal, Fortaleza deverá, forçosamente, aumentar o nível de isolamento social. Apenas a decretação de toque de recolher não terá influência para deter o exponencial crescimento da curva da pandemia.

Não há cobertura vacinal que permita outra opção senão a decretação imediata de lockdown, como aconteceu no dia 8 de maio, com consequente achatamento da curva de infecções e R=0,78 já no dia 31 de maio A partir daquela data vivenciamos momentos de tranquilidade até a segunda quinzena de outubro. Que voltem esses bons momentos. n