Logo O POVO+
Direitos dos trabalhadores da Ford
Opinião

Direitos dos trabalhadores da Ford

Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Antonio de Oliveira Lima, procurador do Trabalho (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Antonio de Oliveira Lima, procurador do Trabalho

Enquanto esperávamos o início da vacinação contra a Covid-19, no Brasil, fomos surpreendidos com a notícia de que a montadora Ford estaria encerrando as atividades no País. Tal como as novas cepas do coronavírus, a decisão da empresa corresponde a uma variante do vírus do desemprego.

Uma ameaça para cerca de 100 mil trabalhadores, entre empregados diretos, indiretos e induzidos. Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE) são cidades diretamente afetadas. Somente na cidade baiana a empresa tem cerca de cinco mil funcionários.

Desde o anúncio, o Ministério Público do Trabalho (MPT) tem atuado de forma estratégica a partir do Grupo Especial de Atuação Finalística (GEAF) formado por procuradores dos estados diretamente atingidos. O principal objetivo do órgão é assegurar que os trabalhadores tenham os empregos preservados durante a negociação coletiva e que sejam requalificados e reinseridos no mercado de trabalho, caso a empresa mantenha a decisão de deixar o país.

Dezenas de audiências e reuniões já foram realizadas, com a participação do MPT, do Judiciário, da empresa e de representantes dos sindicatos. Numa dessas audiências ficou acordada a manutenção dos empregos e salários dos trabalhadores durante as negociações, por até 90 dias. No tocante à unidade no município de Horizonte, haverá mais tempo para as negociações, tendo em vista que a empresa anunciou que continuará fabricando os jipes da marca Troller até o quarto bimestre deste ano.

O fato é que ainda há um longo caminho a ser percorrido, com o objetivo de eliminar ou ao menos reduzir os impactos sociais da decisão, sobretudo no contexto da crise sanitária que assola o país. n

O que você achou desse conteúdo?