Kurt Schneider (1887-1967), psiquiatra alemão, foi um "bom nazista", pois reduziu o número de esquizofrênicos, alvos de desejo do Hitler para morrer nas câmaras de gás. A sua estratégia foi criar uma nova categoria de enfermidade psíquica chamada de falsa normalidade, personalidades nem loucas, nem normais, em dez tipos: esquizoide, paranoide, ciclotímica, dependente, passivo-agressivo, histriônico, obsessivo, psicopata, bordeline, e a última seria uma espécie de síntese das nove. O código de psiquiatria tem uma vida média de 30 anos. Na nona edição, de 1962, o conceito era o de Psicose Esquizofrênica com algo em comum com a Psicose Maníaco de Depressiva (PMD), a estimativa era de 1% da população mundial com esquizofrenia e 1,2% com PMD. A partir de 1992, o conceito passou a ser Transtorno Esquizofrênico e Transtorno Afetivo Bipolar, dobrando para 2,2 % da população. A entrar em vigor em 2022, a CID-11 permanecerá com o conceito de transtorno, no entanto, a esquizofrenia continuará em 1% e a bipolaridade subirá para 5%, tudo porque a depressão será reduzida e crianças terão direito ao diagnóstico de bipolaridade.
Caetano Veloso com a sua sensibilidade e musicalidade parece estar certo ao evocar o conceito de podres poderes. O leigo percebe uma espécie de esquizofrenização na sociedade. O conceito de Esquizofrenia substitui o de Demencia Cientificamente, foi um avanço menos fatalista e mais dinâmico, graças ao prestígio dos insurgentes conceitos psicanalíticos de Superego, Ego e Id com os mecanismo de defesa do inconsciente. O primeiro como sendo o código cultural e o terceiro o lado irracional da biologia. Etimologicamente, a Esquizofrenia seria a divisão do Eu (Ego) fazendo o indivíduo sucumbir à loucura, incapacitado de julgar suas ações. Neste sentido, Schneider foi feliz e ajuda na compreensão da insanidade de nossos governantes. Vamos a exemplos práticos.
Quando um membro do STJ decide monocraticamente soltar o maior traficante do País, ele está sendo justo com a nação ou agindo psicopaticamente? No caso do recém eleito presidente da Câmara, que a toque de caixa quis aprovar a "PEC da impunidade", ele merece o diagnóstico de psicopata? Quando o presidente escolhe Sergio Moro, ícone da Lava Jato, para o superministério da Justiça e depois demite-o de forma arbitraria, ele demonstra ser um passivo-agressivo? Optar por não usar máscara e causar aglomeração parece típico de um comportamento histriônico e psicopata. O psiquiatra alemão teria um prato cheio para definir o nosso presidente como bordeline, definido por FHC, o tosco. n