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Ricardo Pamplona: Um bonde chamado desejo
Opinião

Ricardo Pamplona: Um bonde chamado desejo

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Ricardo Pamplona, economista (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Ricardo Pamplona, economista

Tem sido intensa a repercussão sobre uma embrionária iniciativa do Governo do Ceará para a implantação de um bonde elétrico, que conectaria alguns atrativos turísticos a partir da Av. Beira Mar, um antigo desejo dos saudosistas de plantão.

A pandemia tem levado as cidades a se reinventarem! A ideia soa interessante e as opções para agregar valor ao projeto, incrementando-o para além de um simples modal, são diversas, e me arriscaria a fornecer algumas.

Ligado à economia criativa, seria possível pinçar o conceito de distritos culturais - locais com alta concentração de instalações com agenda cultural dinâmica, contribuindo para o fortalecimento da economia local e valorização do senso de pertencimento.

Assim, de início, teríamos quatro mini distritos culturais ao longo do circuito:

1- Dragão do Mar/Caixa Cultural/Teatro São José

2-Mercado Central/Catedral/Forte N S da Assunção/Passeio Público/Museu da Indústria

3-Estação das Artes/Teatro Carlos Câmara/Emcetur

4-Theatro José de Alencar/Iphan/Casa de Juvenal Galeno/Palacete Carvalho Mota

Como grande parte do nosso patrimônio edificado se acha na área central da cidade, essa vertente seria fortemente destacada no projeto.

Para tanto, uma segunda sugestão seria aderir a iniciativas do tipo evening economy e music cities, numa espécie de terceiro turno no centro (das 19hs às 5hs) com ênfase em gastronomia, música e patrimônio cultural, com oferta generosa de facilidades para implantação de negócios, garantia de plenas condições de funcionalidade (segurança, iluminação, limpeza, estacionamento) resultando numa efervescência jamais experimentada no centro da cidade a médio prazo e com staff qualificado na gestão, com impactos positivos na geração de emprego e renda e ainda na conservação/valorização do nosso patrimônio histórico cultural.

Adequadamente implementadas, essas propostas significariam um avanço enquanto estratégias complementares ao 'turismo de sol & praia', mas o projeto a ser construído requer ampla discussão com a sociedade e órgãos como Iphan, CREA, CDL além de esforços para captação de parceiros privados.n

 

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