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A expedição de Flávio Paiva
Opinião

A expedição de Flávio Paiva

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Batista de Lima, escritor (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Batista de Lima, escritor

Flávio nasceu em Independência. Quando nasceu já era esse o nome de sua cidade; nome que antes fora Pelo Sinal. Essa mudança se deu em homenagem à histórica luta daquele povo por ocasião da Independência do Brasil, do Reino de Portugal.

O Maranhão retinha o foco principal dos descontentes com o Grito do Ipiranga, e a luta estendeu-se pelo Piauí, chegando ao Ceará. Foi, portanto, um movimento armado em que centenas de nordestinos perderam suas vidas em luta pela liberdade.

A história desses guerreiros é narrada no livro "Toque de avançar. Destino: Independência", editado pelo Armazém da Cultura, 2020.

Na narrativa é possível um retorno às batalhas travadas às margens do rio Jenipapo, em Campo Maior (PI). Mas não ficou só aí.

Os confrontos se repetiram em Caxias (MA) e nos seus arredores, com muitos cearenses formando a famosa Legião Popular Independente. É nesse contexto que Flávio Paiva apoia seu texto, mesclando ficção e realidade.

A proposta lírica ficcional faz com que o autor se transporte para o cenário dos acontecimentos para proporcionar ao leitor um lastro narrativo híbrido.

Essa sua metodologia o põe à sombra de uma oiticica em que, em primeira pessoa, também narra, ajudando no contexto geral da saga. Há momentos, contudo, que temos a impressão de que tudo está real e no cenário da luta.

Tudo começou quando o rei Dom João VI, já retornado a Portugal, concluiu que seu filho Dom Pedro estava tramando libertar o Brasil de Portugal. Para reprimir tais arroubos Dom João, a partir de 1820, começou a enviar armas e soldados para fortalecer suas bases no Piauí e no Maranhão.

Calculava o monarca que, mesmo executada a independência, o Norte ficaria com Portugal e o Brasil dividido para os dois.

Nessa expedição de Flávio Paiva, a partir de sua Pelo Sinal, instaura-se a independência do Norte, dando nome a Independência, do Ceará.

A narrativa é cativante porque a realidade e a ficção se entrelaçam tão magistralmente que o leitor menos avisado pode concluir que o autor esteve no campo de batalha, tocando corneta frente às tropas que forçaram a rendição de Fidié. 

 

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