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Witalo Paiva: A economia do Ceará e o copo meio cheio
Opinião

Witalo Paiva: A economia do Ceará e o copo meio cheio

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Witalo Paiva, economista (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Witalo Paiva, economista

O ano de 2020 foi de desafios e perdas para economia cearense. Seu Produto Interno Bruto recuou -3,56% em relação a 2019 e tal desempenho é o pior desde 2016, quando a retração da economia estadual foi de -4,08% sobre 2015.

O resultado negativo no último ano é, sim, expressivo. Porém, alguns elementos permitem uma leitura otimista deste desempenho, como proponho aqui.

A própria comparação com 2016 favorece esta perspectiva. Naquele ano, não houve pandemia nem medidas restritivas ao funcionamento da economia, e mesmo assim, nossa atual retração é menor. Somemos a isso o fato de que o recuo estimado se mostrou inferior às projeções realizadas.

Em junho de 2020, segundo o Ipece, a economia cearense deveria registrar uma redução de -4,92% ao final do ano, o que, como vimos, não se confirmou. De fato, poderia ter sido muito pior!

O pior não se concretizou porque se fez as escolhas corretas. O combate firme à pandemia com a adoção de medidas tecnicamente amparadas se mostrou eficaz.

Duras e restritivas num primeiro momento, tais medidas permitiram controlar a contaminação Witalo Paiva e retomar as atividades produtivas de forma mais rápida.

Por sua vez, o plano de retomada seguido pelo governo local favoreceu uma reabertura segura e orientada, potencializando os retornos econômicos diante dos estímulos advindos do governo federal, em especial com o auxílio emergencial.

Destaco, ainda, a solidez fiscal do estado, que permitiu ampliar as medidas de apoio à economia e assegurar um nível relevante de investimentos. A redução das perdas evidencia o acerto.

A recuperação da economia deve se completar em 2021. O crescimento esperado está em 3,55%, permitindo ao estado quase que reverter as perdas econômicas do ano anterior.

Apesar da intensidade atual da pandemia, o contexto é diferente. Neste momento, as restrições impostas pelo governo à economia são menos intensas, dado que indústria e construção não estão paralisadas, e há a expectativa de que o processo de vacinação se intensifique nos próximos meses, contribuindo para um segundo semestre mais vigoroso para economia.

Mas claro, tudo isso dependerá da vacinação.No aspecto econômico, o Ceará deve se recuperar já em 2021. Diante de tantas adversidades, isto não deixa de ser um alívio, um copo meio cheio.

 

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