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Ricardo Coimbra: Elevações na taxa Selic e seus impactos
Opinião

Ricardo Coimbra: Elevações na taxa Selic e seus impactos

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Ricardo Coimbra
Presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon/CE), vice-presidente da Apimec/NE, professor da Uni7, UniFanor-Wyden e Uece
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Ricardo Coimbra Presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon/CE), vice-presidente da Apimec/NE, professor da Uni7, UniFanor-Wyden e Uece

A retomada no crescimento da taxa Selic pelo Banco Central vem em consonância com a política monetária dotada no controle inflacionário por meio do sistema de metas.

A segunda elevação, em 0,75%, no ano de 2021, gera um indicativo ao mercado de que a tendência é de novas elevações até que o BC consiga vislumbrar o arrefecimento do processo inflacionário.

Diversos impactos podem ser observados pela elevação da taxa Selic, e entre eles pode-se elencar: crédito para pessoas físicas e jurídicas; financiamentos imobiliários; endividamento público; consumo; taxa de câmbio; rentabilidade das aplicações financeiras, dentre outras.

No que se refere ao crédito, este tende a ficar mais caro e com o nível de endividamento das famílias e empresas já em um patamar bastante elevado tende a dificultar seu acesso.

Comprometendo significativamente tanto a capacidade de consumo a médio e longo prazo, como também os investimentos das empresas em novos projetos, ou de melhoria da capacidade produtiva.

Parte significativa da dívida pública brasileira está atrelada ao mercado interno, via títulos públicos.

Sua rolagem que já é de prazo relativamente curto terá um crescimento de custo, devendo elevar ainda mais seu índice em relação PIB e que tende a se aproximar de 100%, se nada for feito em relação aos déficits fiscais.

O setor imobiliário, que vem em um processo gradual de recuperação, deverá também ter um reflexo no custo de seus financiamentos.

Devendo levar aos potenciais compradores a uma reavaliação de seus projetos.

Em relação ao mercado cambial e financeiro, devem-se ter movimentos contrários.

Visto que, com uma política monetária de juros baixos nos EUA, parte dos investidores devem migrar para o mercado brasileiro o que pode levar ao câmbio ao patamar próximo a R$ 5,00, o que poderia ajudar no controle dos preços de produtos importados, como combustíveis, trigo, etc.

Já em relação às aplicações financeiras, estas devem ter um movimento de crescimento e de atração, principalmente, as operações de médio prazo pós-fixadas. E as operações de fundos multimercados, LCI, LCA, dentre outras. n

 

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