Hoje, a população peruana volta às urnas para eleger um novo presidente. De acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto para esse segundo turno das eleições, o candidato da esquerda, o sindicalista Pedro Castilho, do partido Peru Livre, aparece com uma leve vantagem sobre a candidata da direita, Keiko Fujimori, do partido Força Popular.
Castilho e Fujimori representam candidaturas diametralmente opostas. Ele, por exemplo, é visto como um homem ligado aos setores historicamente marginalizados, com forte identificação com as camadas mais populares.
Já Fugimori, é filha do ex-ditador Alberto Fujimori (1990-2000), condenado a 25 anos de prisão por corrupção e violação de direitos humanos. Keiko, inclusive, foi recentemente presa após ter sido acusada de participar de esquemas de corrupção envolvendo a empresa brasileira Odebrecht.
As eleições de hoje podem representar um suspiro ao castigado sistema político peruano, que foi levado à exaustão, com envolvimentos presidenciais em diferentes escândalos, a exemplo de Alejandro Toledo (2001-2006) e Ollanta Humala (2011-2016), que foram presos por associação criminosa e lavagem de dinheiro, ou Alan García (2006-2011), que cometeu suicídio no momento em que a polícia tentava prendê-lo.
Em 2018, o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018) renunciou ao cargo após denúncias de corrupção. Em novembro de 2020, foi a vez do presidente Martím Vizcarra (2018-2020), afastado do cargo pelo Congresso por "incapacidade moral".
Os tremores políticos que atingem o Peru são, hoje, produzidos por uma disputa de poder envolvendo o Executivo e o Legislativo, que - dentre outras coisas - querem o controle das indicações à Suprema Corte do país. n