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Eduardo Girão: CPI, tudo por um projeto de poder!
Opinião

Eduardo Girão: CPI, tudo por um projeto de poder!

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Eduardo Girão, senador (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Eduardo Girão, senador

A CPI da Covid, que começou de forma tendenciosa, com relatório previamente concebido, vem se superando a cada sessão na falta de respeito e na agressividade. Fiz tudo para impedir a presença de Omar Aziz na presidência e Renan Calheiros na relatoria.

Concorri à presidência para que a CPI tivesse mais credibilidade. Mas foi em vão, ambos foram ratificados mesmo com processos de desvios de recursos públicos paralisados pela proteção do foro privilegiado no STF.

Entendo que eles deveriam se declarar impedidos para conduzir uma CPI que foi criada também em função de meu requerimento, para apurar indícios de desvios de verbas federais em estados e municípios.

Os quinze convocados até agora pela CPI têm relação exclusiva com o Governo Federal. Depois de muita cobrança e da pressão popular, aprovaram a convocação de dez governadores de estados onde ocorreram operações da Polícia Federal.

"Estranhamente" deixaram os prefeitos de capitais de fora.

Tenho solicitado que seja votado meu requerimento sobre o escândalo do Consórcio Nordeste, que inclui o Ceará, onde foram comprados 300 respiradores que nunca foram entregues.

A CPI caiu no descrédito da opinião pública porque ignora o rastro da corrupção, diferentemente do que ocorreu na CPI do Mensalão e do petróleo, que desmontaram um esquema criminoso que subtraiu bilhões de reais do povo brasileiro.

A CPI ainda propicia espetáculos de horrores, como a agressão covarde à Dra. Nise Yamaguchi, médica oncologista e imunologista, com mais de dez mil pacientes atendidos em 40 anos salvando vidas.

Como o assunto era tratamento precoce, vários senadores não deixaram a doutora completar nenhum pensamento, forçando respostas que atendessem seus

interesses e tentando humilhá-la publicamente. O curioso é que, de forma autoritária, o presidente cancela na véspera uma reunião em que estariam presentes especialistas contrários e favoráveis ao tratamento precoce e decide trazer uma única pessoa com visão contrária, a Dra. Luana, impedindo o debate científico e que a verdade venha à tona.

Num momento tão difícil para milhões de brasileiros, além da pandemia, é desumano ver senadores focados unicamente na antecipação de um palanque eleitoral para 2022. n

 

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