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Capitão Wagner: CPI da comédia pastelão
Opinião

Capitão Wagner: CPI da comédia pastelão

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Capitão Wagner
Deputado federal (Pros)
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Capitão Wagner Deputado federal (Pros)

A CPI da Covid, no Senado Federal, desde a sua instalação por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), sua composição, bem como na condução dos trabalhos, tem caído no descrédito da opinião pública.

Era para mirar no que houve de negligência, na corrupção, em resposta às milhares de vítimas e famílias enlutadas, que, até a edição deste artigo, somam mais de 500 mil. Mas a CPI da Covid virou uma peça de comédia pastelão.

CPI da Vergonha, CPI da Mentira, CPI dos Indiciados, como ficou conhecida, em referência principalmente aos protagonistas, o presidente da Comissão, senador Omar Aziz, conhecido por escândalos de corrupção na saúde no Amazonas, e do relator, senador Renan Calheiros, que responde a 12 inquéritos no STF, além de outros membros, protagonizam uma atuação indecorosa, comprovando, nos mais de 40 dias de trabalho, o viés politiqueiro, além de compromisso zero com a verdade.

A cúpula fechou os olhos para um importante documento da Controladoria-Geral da União (CGU), que aponta prejuízo potencial ao erário de R$ 164 milhões entre março de 2020 e abril de 2021, envolvendo possíveis irregularidades na utilização desses recursos para o combate ao novo coronavírus.

Destaca-se que, apenas para o Ceará, o órgão aponta um prejuízo estimado em R$ 66 milhões, o maior valor entre todas as unidades da federação com irregularidades.

Mas, inacreditavelmente, a ministra do STF, Rosa Weber, em uma decisão monocrática, suspendeu a convocação dos governadores para a CPI.

Quem ganha com essa blindagem? O que impede a CPI de investigar esses recursos federais? Quantas vidas deixaram de ser salvas em razão da corrupção? Isto não deveria pautar os trabalhos?

Na CPI Big Brother, incrivelmente, rejeitou-se, também, a convocação do ex-secretário executivo do Consórcio Nordeste Carlos Eduardo Gabas, que poderia explicar onde foram parar os R$ 48,7 milhões em 300 ventiladores clínicos de UTI pelo Consórcio Nordeste junto à empresa Hempcare, ligada à indústria da maconha. Estranho, mas é verdade!

A CPI da Cloroquina, da Copa América, do Gabinete Paralelo anda em ciclo e politizada. Sou a favor de se investigar as ações do governo federal, mas, também, de como os estados e prefeituras investiram os recursos. O Brasil não quer que acabe em pizza. n

 

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