A vida é uma travessia. Travessia para o novo e desconhecido. Somos peregrinos, num caminho povoado de desafios que pode atrofiar a visão e nos colocar à margem do caminho, sozinhos, desencantados e sem sonhos, ou em um caminho repleto de sinais que nos impulsiona e preenche nosso coração de ousadia.
Esse tempo de pandemia foi precioso! Obrigou-nos a parar e refletir sobre nossa caminhada, serviu para nós como uma reflexão sobre como e de que forma retomaremos o ritmo da marcha.
Precisamos esvaziar as mochilas do supérfluo, reabastecer-nos do essencial, retomar as metas discernidas e assumidas diante de Deus.
Como dizem os mentores e coaches: tempo é questão de prioridade. O que dá sentido ao tempo vivido é a atenção que damos ao nosso mundo interior.
A maior parte das pessoas vive como se a vida interior não tivesse importância, como se não precisasse de tempo e dedicação para crescer espiritualmente, esquecem que a vida de dentro se revela na de fora.
A vida interior precisa de tempo para morar no silêncio. Silêncio é lugar de descobertas, entregas e encontros.
O tempo da pandemia nos convida a cuidar da nossa vida interior, a fazer uma faxina e a nos desfazer de toda bagagem tóxica que consumimos e alimentamos na rotina agitada, corrida e estressante.
Neste tempo deve ter espaço para a oração e meditação, que são ferramentas poderosas para atrair a paz e o autoconhecimento.
A oração é adentrar no mundo interior, porque é lá que se faz ouvir a voz de Deus. Mas, dificilmente podemos entrar no interior se tivermos um coração endurecido, hermético e agitado.
O olhar amoroso e vigilante sobre si mesmo, a tomada de consciência sincera na direção de uma transformação profunda nos leva para mais perto de Deus.
É o Senhor da vida que nos nutre. A ausência de atitudes e comportamentos tóxicos favorece o contato com o Divino.
Diante de uma sociedade que valoriza o ser humano em função do que consome - "consumo, logo existo", a oração nos capacita a compartilhar com os outros a generosidade que Deus desperta.
Quanto mais vivemos em Deus, menos somos nós o centro, menos dependentes das coisas e mais receptivos e entregue aos outros. n