A escala humana é uma medida de referência baseada no corpo humano utilizada tanto nas artes quanto na arquitetura, estudada desde a Antiguidade.
O ser humano sempre teve a noção intuitiva do tamanho do seu corpo e a utiliza-lo como parâmetro comparativo era o mais simples e natural.
No passar do tempo esse parâmetro da escala humana foi diminuído na produção das grandes cidades. A medida que as novas tecnologias foram nos permitindo construir edifícios cada vez mais altos, maiores e mais complexos, deixamos de conceber espaços para as pessoas e passamos a desenvolvendo um novo tipo de arquitetura, completamente alheia à nossa própria condição humana.
Estratégias urbanas tomadas de cima para baixo desconsideram a necessidade de espaços adequados aos nossos sentidos, priorizando a velocidade, a funcionalidade e obviamente, a lucratividade.
Em muitos aspectos, o esquecimento da escala humana tem uma simbologia sobre esses novos tempos da cultura pós-moderna, regida pelo consumismo e o culto ao individualismo.
O homem visto como um produtor de capital e também consumidor em potencial, é condicionado a absorver os excessos do meio urbano, não mais pensados para o seu bem-estar.
Agora o homem é uma parte integrante da máquina veloz que produz a cidade, então ele é modelado para atender e consumir a demanda do sistema e não o contrário.
Por isso quando falamos em "cidades para as pessoas", o tema trazido por Jan Gehl e por Janes Jacob, é uma resposta para a forma de produzir cidades protagonizadas pelas pessoas e pensada para elas.
Por isso é imprescindível dar limites a globalização empresarial e incitar urbanistas e empreendedores a lembrar da importância das comunidades e da escala humana.
Tem que se usar o poder da observação e da experiência pessoal no campo de decisões dos projetos urbanos que afetam as comunidades e a criatividade delas, num caminho oposto ao positivismo.
E assim estabelecer o seu lugar de domínio da produção da cidade diversa, não mais alheios a vida que lhes cerca, ou induzidos pela apatia do home pós-moderno. n